Conceito de Espécies r estrategistas:
Espécies r estrategistas são espécies cuja sua estratégia de vida denomina-se estratégia-r. Esta estratégia está associada a modelos e equações que determinam o crescimento da população. Estas espécies apresentam uma estratégia de vida centrada na produção elevada de descendentes, minimizando os custos de manutenção da sobrevivência. Estes indivíduos apostam na quantidade de descendentes em detrimento da qualidade.
As espécies r estrategistas apresentam boa capacidade de dispersão, assim como um bom mecanismo de escape, uma vez que o seu principal objetivo de vida é produzir descendência. Estas espécies aparecerem muitas vezes associadas às primeiras fases da sucessão ecológica, pois são bons colonizadores e não possuírem capacidades para competir contra outras espécies.
As principais caraterísticas que se podem associar a estas espécies são o seu pequeno tamanho, a pouca complexidade dos descendentes, o rápido crescimento e maturação sexual acelerada. Espécies com estratégias r atingem a maturidade sexual muito cedo por dois motivos; por um lado a sua esperança de vida é normalmente muito baixa, por outro lado estas espécies apenas possuem um ciclo reprodutivo, isto é, apenas se podem reproduzir uma vez, razão pela qual produzem muitos descendentes (no caso das plantas, sementes).
Estas espécies encontram-se muitas vezes em ambientes degradados apresentando um ciclo vida curto, podendo mesmo apenas viver para se reproduzirem e depois morrerem, não existindo cuidados parentais por parte destes indivíduos. Este fato leva a que as espécies apresentem uma curva de sobrevivência tipo III.
Este tipo de curva está associada à existência de um grande número de descendentes, que não sobrevivem muito tempo após o seu nascimento. A aposta neste tipo de estratégia deve-se à necessidade, por parte destas espécies, de produzirem muitos indivíduos, de forma a assegurarem a transmissão das suas caraterísticas genéticas a uma nova geração, uma vez que a mortalidade infantil é muito elevada e a esperança média de vida das espécies é muito baixa. Os cuidados parentais são praticamente inexistentes e o comportamento da descendência baseia-se nos seus genes e não em conhecimentos recebidos a partir dos seus progenitores, o que torna o seu comportamento previsível até certo ponto.
O exemplo mais conhecido de um individuo que pratica este tipo de estratégia é o dente-de-leão (Taraxacum). Os indivíduos deste género são reconhecidos por produzirem sementes ligadas a uma estrutura branca, semelhante a algodão, que quando soprada faz a semente flutuar. Os dentes-de-leão são plantas que procuram locais com pouca sombra e onde não existam muitos competidores, muitas vezes terrenos que foram mexidos recentemente.
Estes indivíduos crescem muito rapidamente, reproduzem-se e morrem, dando lugar a outros indivíduos que farão o mesmo. As suas sementes são dispersadas pelo vento, no entanto, grande parte destas não encontrarão um local favorável para germinar. Por esse motivo são produzidas em grande quantidade, garantindo dessa forma que pelo menos uma pequena parte tem alguma probabilidade de germinar.
Muitos invertebrados também são espécies r estrategistas pois apostam num elevado número de descendentes, no entanto, apenas um pequeno número conseguirá crescer e reproduzir-se, assegurando assim que a descendência será constituída por indivíduos com genoma favorecido. Alguns peixes também apresentam este tipo de estratégia reprodutiva, assim como alguns roedores.
O tamanho, destas populações, está perto do limite da capacidade do ambiente. Algumas especies apresentam um crescimento por picos, isto é, reproduzem-se praticamente ao mesmo tempo e em muito grande quantidade, após esta fase a população declina. O declínio das populações pode também ocorrer quando aparecem outras espécies com melhores capacidades competitivas ou quando a quantidade de espécies num local aumenta muito. O seu crescimento segue as regras do crescimento exponencial.
Fontes:
Rafferty, John P. (2011). R-selected species. Encyclopeadia Britannica. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://www.britannica.com/science/r-selected-species
Reznick, David; Bryant, Michael J. ; Bashey, Farrah ; (2002). r- and K-Selection Revisited: The Role of Population Regulation in Life-History Evolution. Ecology, 83(6), pp. 1509–1520. Consultado em: Junho 16, 2015, em http://www2.hawaii.edu/~taylor/z652/Reznicketal.pdf
Palavras-chave:
Espécies k estrategistas
Espécie pioneira
Curvas de sobrevivência
Sucessão ecológica
Crescimento exponencial