As escalas cronostratigráficas são escalas de que medem o tempo geológico. A escala dos tempos geológicos baseia-se na seriação, no tempo, dos principais acontecimentos ocorridos no planeta Terra desde a sua formação há 4 600 milhões de anos.
Apesar dos recentes progressos tecnológicos que permitem uma investigação mais precisa e cuidada e dos progressos geocronológicos, o calendário geológico dos acontecimentos deve ser considerado como uma aproximação dos valores verdadeiramente reais. As divisões, de duração bastante variável, são tanto mais inseguras quanto mais antigas. A título de exemplo, para as grandes divisões estabelecidas, umas têm uma duração que atinge os 2 000 milhões de anos, enquanto outras apenas têm 600 milhões de anos.
Estas grandes divisões da história do planeta Terra foram estabelecidas muito antes do conhecimento que hoje se tem sobre a datação absoluta. Embora se reconheçam disparidades nos limites de tempo, essas divisões estão consagradas e continuam a ser utilizadas, não se considerando, pela comunidade científica e me termos práticos, que houvesse reais vantagens em organizar uma nova escala estratigráfica.
No que se refere à correlação das designações referentes ao tempo e às unidades estratigráficas, utilizam-se as seguintes equivalências: as unidades cronológicas, nomeadamente, a Era, o Período, a Época e a Idade, correspondem, respetivamente, as unidades cronostratigráficas, Grupo ou Eratema, Sistema, Série e Subandar ou Andar.
A unidade cronostratigráfica base é o andar, a que corresponde em termos de tempo, a Idade. O andar é uma unidade definida por um conjunto sedimentar caracterizado geológica e paleontologicamente, designado estrato tipo. Nos aspectos paleontológicos dever ter carácter universal.
Os Andares reúnem-se habitualmente em Séries. O intervalo de tempo correspondente à Série é a Época. As Séries agrupam-se em Sistemas que em termos de tempo correspodem aos Períodos. Os Sistemas reúnem em Grupos ou Eratemas a que correspondem a Era em termos de tempo.
Os geólogos admitem que a Terra tem a idade de cerca de 4 600 milhões de anos. Este período foi dividido em subunidades de tempo. A unidade cronogeológica ou cronostratigráfica mais ampla e mais ambrangente é o Éon. Admite-se, segundo a escala dos tempos geológicos, a existência de dois Éon. Um Éon engloba os tempos em que não existe a certeza de ocorrência de vida. Este Éon é designado de Proterozóico. O outro Éon abrange todo o tempo de vida da Terra em que a existência de vida é reconhecida e denomina-se Éon Fanerozóico. A unidade de tempo menos ampla é a idade.
O Éon Proterozóico, que se incia com a formação do planeta Terra há cerca de 4 600 milhões de anos e termina com o aparecimento da vida na Terra há cerca de 570 milhões de anos, divide-se em duas Eras. A Era Arcaico e a Era Algônquico. A Era Arcaico dura desde o nascimento do planeta há 4 600 milhões de anos até os 2 500 milhões de anos e a Era Algônquico percorre esta último marco temporal até os 570 milhões de anos. O Período Pré Câmbrico pertence a ambas as Eras. A Era Arcaico representa em si o período mais antigo da história da Terra e portanto o tempo mais jovem do planeta. Estas datas são estimadas em métodos aplicados a rochas.
O Éon Fanerozóico é a junção da palavra Phaneros com a palavra zoon. Phaneros significa evidente e zoon quer dizer vida. Logo é o Éon que corresponde o tempo desde o aparecimento de vida na Terra até aos dias de hoje. Este Éon comporta três Eras. A Era Paleozóica, ou Primária, a Era Mesozóica, ou Secundária, e a Era Cenozóica.
A Era Paleozóica engloba os seguintes Períodos:
– Período Câmbrico, que dura desde os 570 milhões de anos até aos 505 milhões de anos e é caracterizado pelo aparecimento dos primeiros organismos invertebrados marinhos. É o tempo das trilobites;
– Período Ordovício, que vai desde os 505 milhões de anos até aos 438 milhões de anos. Dá-se o aparecimento dos primeiros peixes;
– Período Silúrico, surgem as primeiras plantas terrestres (438 até aos 408 milhões de anos);
– Período Devónico, dura desde os 408 milhões de anos até aos 360 milhões de anos e surgem os primeiros anfíbios;
– Período Carbónico, detém este nome pela grandes florestas que surgiram nestas alturas que estiveram na génese das grandes jazidas de carvão, há grande abundância de insetos. Dura desde os 360 milhões de anos até aos 286 milhões de anos;
– Período Pérmico onde acontece a extinção das trilobites e a transição para a Era Mezozóica há 245 milhões de anos atrás.
A Era Mezozóica compreende os Períodos Triássico, Jurássico e Cretácio. Dura desde há 245 milhões de anos até à transição para a Era Cenozóica há 66 milhões de anos. É a idade característica dos reptéis, das primeiras plantas com flores, dos dinossauros e das primeiras aves e mamíferos.
A Era Cenozóica é marcada desde há 66 milhões de anos e é a Era atual. Divide-se no Período Terciário onde se deu a extinção dos dinossauros e a dominação dos mamíferos sobre a Terra, e o Período Quaternário onde apareceu o Homem e acontece até ao presente.