O Corynebacterium diphtheriae é um microrganismo Gram-positivo, em forma de bastonete, não produtor de esporos. É uma bactéria patogénica responsável pela difteria. De uma forma generalizada, o Corynebacterium diphtheriae coloniza a faringe, formando uma pseudomembrana de coloração cinzenta composta por fibrina, leucócitos, células do epitélio mortas e células da própria bactéria. A partir desta situação a bactéria começa a libertar uma toxina bastante potente. Esta exotoxina é libertada para a corrente sanguínea, afetando o coração e as células nervosas, interferindo na síntese de proteínas.
Este microrganismo pertence ao Filo Actinobacteria do Reino Monera, está incluído na Classe Actionomycetales, Ordem Actinomycetales, Família Corynebacteriaceae e Género Corynebacterium.
Os sintomas em pacientes infantis são dores de garganta fortes e febre. A criança apresenta um exsudato inflamatório escuro na faringe. Este exsudato é normalmente mais espesso e escuro do que aquele provocado por uma infeção de estreptococos. A remoção da pseudomembrana não é aconselhável pois ocorrerá sangramento, o que reforçaria a absorção sistémica da exotoxina.
O tratamento da infeção derivada do Corynebacterium diphtheriae passa por um método com três passos:
– Administração de Antitoxinas: a antitoxina da difteria inativa a toxina que circula livremente no sangue e ainda não atingiu os tecidos alvos. É prudente que esta antitoxina seja administrada logo que se reconheça a difteria de modo a prevenir que o coração e o sistema nervoso sejam afetados;
– Penicilina ou Eritromicina: qualquer um destes antibióticos destrói as bactérias de Corynebacterium diphtheriae, prevenindo a libertação de mais toxinas no meio interno. A morte das bactérias deixa o paciente na condição de não contagioso;
– Vacina DPT: o paciente deve receber a vacina DPT, pois a infeção por Corynebacterium diphtheriae nem sempre resulta em imunidade contra futuras infeções deste microrganismo. A vacina DPT protege contra a difteria (D), contra o pertussis (P) e contra o tétano (T). A porção da difteria contém a toxina desta bactéria inativada com formalina.
Em meios de crescimento enriquecidos com telurito de potássio, as colónias de Corynebacterium diphtheriae passam de uma coloração cinzenta para preta dentro de vinte quatro horas. Com meio de soro coagulado de Loeffler de hemocultura, a incubação durante doze horas seguida de coloração com azul-de-metileno revelará a presença de bactérias pleomórficas em forma de bastonetes.
Nem todas as bactérias Corynebacterium diphtheriae produzem a exotoxina que causa a difteria. Tal como os estreptococos beta hemolíticos do Grupo A precisam primeiro de ser lisogenizados por um bacteriófago para produzir a toxina eritrogênica que provoca a febre escarlatina, os Corynebacterium diphtheriae precisam primeiro de ser atacadas, também, por um bacteriófago que codifica a exotoxina da difteria.
A exotoxina produzida pelo Corynebacterium diphtheriae contém duas subunidades na sua constituição. A subunidade B adere às células alvo e permite que a subunidade A penetre na célula. Uma vez dentro da células hospedeira, esta subunidade A bloqueia a síntese de proteínas inativando o fator de elongação que está envolvido na tradução do RNA mensageiro que formará a proteína.