Coral

Os corais são organismos marinhos invertebrados pertencentes à classe Anthozoa do filo Cnidaria e, divididos em três subclasses, Hexacorallia, Alcyonaria e Cerintharia. Corais duros, anémonas e zoantídeos pertencem à primeira subclasse, corais moles, azuis e gorgónias à subclasse Alcyonaria, e os ceriantários à última subclasse. São habitualmente divididos em corais moles e duros. Os corais moles, ao contrário dos corais duros, não apresentam um verdadeiro esqueleto de carbonato de cálcio, mas possuem espículas estruturais que contribuem para a sustentação da estrutura dos pólipos.

Vivem tipicamente em colónias formadas por vários pólipos, geneticamente idênticos, pólipos estes que apresentam geralmente apenas alguns centímetros de comprimento. Estes são formados por duas camadas epiteliais, a epiderme e a gastroderme e, um conjunto de tentáculos rodeia a abertura bucal do pólipo. Tais tentáculos possuem células especializadas, os cnidócitos, que quando estimuladas libertam os nematocistos, células urticantes, para captura de pequenas presas planctónicas. Os pólipos comunicam através de um complexo sistema de canais gastrovasculares, que permitem a troca de nutrientes e simbiontes. Os pólipos multiplicam-se por divisão.

Vários corais, especialmente os tropicais e subtropicais, estabelecem relações de simbiose mutualística com dinoflagelados fotossintéticos, do género Symbiodinium spp., vulgarmente conhecidas por zooxantelas, que vivem em células especializadas na gastroderme do coral. Através desta simbiose, os corais são capazes de fixar grandes quantidades de carbono e prosperar em ambientes tipicamente oligotróficos. Esta é a forma principal pela qual os corais obtêm nutrientes e energia para o seu crescimento. Por consequência, estes corais têm um limite de distribuição vertical ditado pela intensidade luminosa, que geralmente não vai além dos 50/60 metros de profundidade. Os corais tropicais e subtropicais são responsáveis pela formação de enormes estruturas vivas, os recifes de coral, que por sua vez suportam uma elevada biodiversidade de organismos. Outros corais que não dependem de zooxantelas, conseguem sobreviver a profundidades maiores e temperaturas mais baixas, é o caso dos corais de águas profundas, que por outro lado, podem ser encontrados a profundidades que vão até os 3000 metros e, raramente formam estruturas de recife, embora existam quase tantas espécies quanto as de corais tropicais.

Os corais podem se reproduzir tanto por reprodução sexuada como assexuada. Na reprodução sexuada os corais libertam os gâmetas de forma sincronizada, através de estímulos ambientais como a fase lunar, temperatura ou o fotoperíodo. Este fenómeno é típico de zonas de recife e envolve geralmente várias espécies em simultâneo. A reprodução assexuada geralmente ocorre por fissão ou fragmentação, induzida por fenómenos de stress mecânico que causam a partição do coral, como grandes tempestades ou a atividade pesqueira. A reprodução assexuada beneficia a distribuição geográfica e altas taxas de reprodução.

Atualmente é dedicado um enorme esforço para tentar salvaguardar estes organismos, que se encontram sob a ameaça das alterações climáticas, da atividade pesqueira e da poluição, entre outras causas antropogénicas. A criação de áreas protegidas, regulamentação da captura e aquacultura são alguns exemplos das medidas mais importantes que têm sido levadas a cabo com relativo sucesso.

 

Referências Bibliográficas 

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