Conceito de Comunidade Clímax
Comunidade Clímax é a designação usada para nomear uma comunidade que se encontra no seu estado de estabilidade máximo, corresponde também ao nível mais avançado, apresentado por uma comunidade, durante a sucessão ecológica.
As comunidades clímax apresentam grande diversidade assim como uma grande complexidade de relações tróficas, no entanto, não apresentam excedentes de matéria orgânica produzida, uma vez que toda a matéria que foi produzida é consumida pela comunidade, o que a torna estável, uma vez que não têm necessidade de continuar a evoluir.
Os indivíduos vegetais presentes nestas comunidades, normalmente, são de grande porte e possuem um ciclo de vida longo, cujo crescimento é mais lento e a sua capacidade de sobrevivência é maior, uma vez que apresentam maior resistência às adversidades. Estas comunidades possuem uma estratificação a nível do coberto vegetal, existindo diversos níveis, por exemplo existem algumas espécies herbáceas de pequeno porte, arbustos de médio e grande porte além de árvores de várias alturas.
Nestas comunidades, as condições ambientais encontram-se também estáveis, isto é, estas condições são constantes e quando variam, esta variação é previsível. Os ciclos biogeoquímicos estão também estabilizados, o que permite a manutenção das populações presentes na comunidade.
As comunidades clímax não são todas iguais pois vão variar com o clima presente no espaço em que os indivíduos se instalam, variam também consoante as reservas de sementes no solo, além de poderem variar com a topografia e o tipo de solo existente. Muitas vezes estas comunidades estão associadas as regiões biogeográficas.
Nas comunidades clímax ocorrem muito poucas variações pois sempre que uma espécie desaparece é substituída por outra com caraterísticas semelhantes, que vai cumprir as funções da que desapareceu. A diversidade e as relações tróficas existentes prevalecem até ao momento em que a comunidade enfrenta perturbações de grande ordem, o que a pode de alguma forma destruir. Estas drásticas perturbações podem ser de origem natural (vulcões, terramotos…) ou antropogénica (chuvas acidas, poluição, incêndios…).
Alguns cientistas admitem que uma comunidade clímax mantem-se constante a partir do momento em que esta atinge essa fase, esta teoria era a mais aceite e a existência de comunidade clímax está assente nela. No entanto, outros investigadores defendem que o desenvolvimento de uma comunidade é cíclico, isto é, uma comunidade que atingiu a fase mais estável acaba por envelhecer e degenerar ao longo do tempo, recomeçando novamente o processo de sucessão ecológica, esta corrente de pensamento tem vindo a ganhar muitos apoiantes nos últimos anos.
As comunidades são estruturas muito complexas sobre as quais ainda se sabe pouco devido à longa duração dos seus ciclos, por esse motivo muito ainda é desconhecido sobre o seu real funcionamento.
References:
- Raven, P.H., G.B. Johnson, J.B. Losos, K.A. Mason, and S.R. Singer. 2008. Biology, 8th edition. McGraw Hill, New York, NY.
- Curley, Robert (2014). Climax. Encyclopaedia Britannica. Consultado em: Maio 11, 2015, em http://www.britannica.com/EBchecked/topic/121673/climax
- Hogan, C. (2012). Climax community. Consultado em: Maio 11, 2015, em http://www.eoearth.org/view/article/171226
- Miranda, Jean Carlos (2009). Sucessão ecológica: conceitos, modelos e perspectivas. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 4, n. 1, p. 31-37. Consultado em: Maio 11, 2015, em http://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/viewFile/145/235
