Autofagia é um conceito que tem origem do Grego “Auto” (auto) e “fagia” (comer). Refere-se à situação de um animal que come a sua própria carne para sobreviver, desenvolver-se, diferenciar-se e homeostasear-se. Auto devora-se.
A palavra autofagia foi descoberta, em 1963, por Christian de Duve que vencera o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina, em 1974. O autor associou a palavra “Autofagia” com a descoberta de lisossomas em células eucarióticas e o envolvimento dos lisossomas na reciclagem celular.
A autofagia é o processo pelo qual as células no interior dos lisossomas degradam-se e os organelos entram em decomposição pela ação das enzimas. Há três vias de degradação: microautofagia, macroautofagia e autofagia mediada por chaperones.
A macroautofagia forma-se através de uma membrana ao redor dos organelos e das proteínas, conhecido por fagóforo que tem origem a partir da membrana citoplasmática, da membrana mitocondrial externa e do retículo endoplasmático. A junção do fagóforo dá origem uma estrutura fechada com membrana dupla, o autofagossoma que acaba por fundir-se com um lisossoma que por sua vez dá origem ao autolisossoma que contém enzimas lisossomais.
A microautofagia é um canal conservado desde mamíferos e leveduras em que os elementos citosólicos são integrados diretamente em lisossomas através da invaginação da membrana lisossomal.
A autofagia mediada por chaperonas é evidente nas células de mamíferos. As chaperonas permitem a deslocação de proteínas para o lúmen lisossomal através da membrana, por interação com o recetor LAM-2A, fruto do desenroscamento da degradação de proteínas observado em células de mamíferos.
References:
http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4472/1/PPG_23949.pdf