Idiocultura

Na literatura sociológica o conceito de idiocultura funciona como sinónimo para cultura enquanto aspeto microfísico, que pertence ao contexto mais amplo da Cultura enquanto expressão da identidade de uma comunidade. Por idiocultura entende-se um corpo de conhecimentos, crenças, comportamentos e costumes, que são partilhados pelos membros de uma dada comunidade cultural, os quais se referem a esse mesmo conjunto de valores como estruturantes na sua forma de estarem no mundo. Cunhado por Gary Alan Fine antes da sociologia da cultura alcançar o mainstream intelectual – e numa altura em que a análise sociológica se formalizava com o recurso a heurístico a categorias como o nível macro, a estrutura, o político e o económico –, o conceito reiterou a importância da observação empírica das interações no seio dos grupos, uma vez que seria através destas que a criação cultural se revelava. Neste conceito está também implicado o processo à luz do qual certos elementos se tornam em signos de uma idiocultura: este processo significa que um elemento deve ser conhecido, caso contrário a interação não partirá de um pressuposto conhecido a pelo menos dois sujeitos de uma comunidade cultural; usável, isto é, ser possível de mencionar no contexto da interação; funcional, ou seja, satisfazer uma necessidade grupal; apropriado, quer dizer, que suporta o estatuto das relações entre as classes dentro de um grupo, principalmente o estatuto dos membros superiores; ter a função de gatilho, para que estimule as interações no interior de um grupo.

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References:

  • Eliasoph, N. & Lichterman, P. (2003) Culture in Interaction, American Journal of Sociology, 108: 735 – 94.

 

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