Teoria Cognitiva

Conceito de Teoria Cognitiva: A teoria cognitiva, de acordo com Beck e Dozois, baseia-se no pressuposto de que o processamento de informação é essencial para…

Conceito de Teoria Cognitiva

A teoria cognitiva, de acordo com Beck e Dozois, baseia-se no pressuposto de que o processamento de informação é essencial para a sobrevivência e adaptação humana. Não seria possível sobreviver sem a capacidade que temos para processar a informação proveniente do ambiente, integrá-la e formular uma plano para lidar com ela.

Como afirmam os autores mencionados, e conforme o nome indica, a cognição desempenha um papel fundamental neste modelo. No sistema cognitivo existem níveis de processamento de informação que vão desde pensamentos que se encontram mais à superfície, a esquemas que se encontram num nível profundo.  De acordo com esta teoria, o sistema cognitivo está ligado ao sistema afetivo, motivacional e comportamental, sendo que, sob esta perspetiva, a psicopatologia é ativada por um conjunto de crenças disfuncionais que atuam conjuntamente com o afeto, a motivação, o comportamento e respostas fisiológicas.

Voltando atrás, à ideia de níveis de processamento de informação, podemos começar por clarificar a ideia de “esquemas”. Os esquemas contêm informação sobre a perceção que o indivíduo tem de si mesmo e dos outros, objetivos, expetativas e memórias, e influenciam diretamente o processamento de informação. Eles são adaptativos caso proporcionem um processamento de informação eficiente, mas também podem ser negativos e desadaptativos, contribuindo para a psicopatologia. Os esquemas desadaptativos desenvolvem-se nos primeiros períodos de vida e vão sendo cada vez mais consolidados e organizados à medida que novas experiências vão sendo assimiladas. É possível um indivíduo ter um esquema desadaptativo e, contudo, não exibir sintomas. Estes sintomas manifestam-se caso o esquema seja ativado numa determinada situação por um trigger (desencadeante). Esta ativação é visível num nível de processamento de informação que se encontra mais a superfície, ou seja, nos pensamentos automáticos.

Os pensamentos automáticos, continuando a seguir a linha de pensamento de Beck e colega, embora se encontrem num nível mais perto da superfície, estão funcionalmente relacionados com os esquemas. São um fluxo de pensamentos positivos ou negativos que passam muito rapidamente pela mente do indivíduo e não estão sujeitos a uma análise racional cuidadosa uma vez que os processos atencionais não estão focados. São os esquemas que levam ao fluxo de pensamentos automáticos. Quando os esquemas são adaptativos, geram pensamentos automáticos positivos, quando os esquemas são desadaptativos, geram pensamentos automáticos negativos.

Assim, estes níveis de cognição, embora sejam distintos, trabalham paralelamente e têm uma influência controladora sobre as nossas emoções e comportamentos.

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