Conceito de Sindrome de Cotard
O síndrome de Cotard foi descoberto pelo médico parisiense Jules Cotard (1840-1889), em 1880 e é descrito como uma forma de delírio no qual predomina a negação na sua forma massiva. Aparece associada à melancolia. Nesta perturbação o síndrome de Cotard revela-se nas suas diversas expressões de negativismo e depreciação que lhe é característico, na perda para o objeto perdido de uma parte significativa do Eu. Pode aparecer também ao nível da linguagem errante, através do discurso monótono, do maldizer de si e dos outros, do Gozo.
Também pode surgir na hipocondria, uma vez que no delírio de negação, o paciente nega a existência de determinados órgãos ou funções. Poderá igualmente surgir em outro tipo de psicopatologias, nas quais, a perda de elaboração visual ou visão mental dá lugar ao vazio preenchido pela negação e a ausência de sentimentos reforça o apagamento de representações subjetivas. De uma maneira geral, o paciente em descompensação psicológica afirma a inexistência de um órgão ou de um parte do corpo, “ não tenho estomago”, “não tenho ouvidos”, de tal forma, que vivencia o corpo psíquico e físico dessa maneira.