A reabilitação neuropsicólogica tem como objectivo recuperar, total ou parcialmente, determinadas funções perdidas devido a lesão cerebral. Estas lesões podem ser de natureza diversa mas implicam que determinada zona cerebral lesionada deixa de estar disponível para desempenhar o seu papel em determinado(s) sistema(s) funcional(ais).
No entanto, devido à localização dinâmica das funções nervosas superiores, é possível realizar um processo de reabilitação durante o qual se recruta o contributo de outras zonas corticais para compensar as zonas lesionadas. Neste sentido, quanto maior a extensão da lesão, mais difícil será o processo de reabilitação.
A grande diferença entre habilitação e reabilitação neuropsicológica é exactamente a existência ou não de lesão. Se nos casos da habilitação neuropsicológica, estamos a estruturar funções ainda não adquiridas pelo indivíduo e na presença de um cérebro disponível; nos casos de reabilitação neuropsicológica estamos a recuperar funções perdidas, recrutando zonas cerebrais que anteriormente não integravam o sistema funcional daquela função, de modo a compensar as zonas que não podem mais dar o seu contributo devido a lesão. Por ser de certa forma artificial, este é um processo relativamente longo durante o qual o cérebro “aprende” um novo “caminho” para o mesmo resultado.