O que é a psicose?
Psicose é o termo que se usa para descrever um episódio de uma pessoa que perde o contacto com a realidade. Pode ser ouvir ou ver coisas que as outras pessoas não vêm nem ouvem ou ter sentimentos e crenças que as outras pessoas não partilham. Neste episódio têm de estar presentes os delírios ou alucinações tais como inserção ou roubo do pensamento; delírios de controlo; vozes alucinatórias que comentam o comportamento do sujeito; e delírios culturalmente desadequados como por exemplo poderes ou capacidades sobrenaturais. Pode verificar-se também ideias sobrevalorizadas persistentes; discurso incoerente; comportamento catatónico como excitação ou postura desadequada; respostas emocionais incongruentes que se manifestam numa diminuição do desempenho social.
Sintomas
- Alucinações – ver, sentir, cheirar ou ouvir coisas que não são reais.
- Delirios – ideias ou crenças que as outras pessoas acham estranhas.
- Discurso ou pensamentos confusos – a psicose afeta a forma como a pessoa fala ou pensa.
- Ausência de insight – algumas pessoas podem ter consciência do problema, o que é assustador para elas, mas outras não se apercebem.
- Mudanças de humor repentinas.
Tipos de perturbações psicóticas
- Esquizofrenia
- Perturbação esquizofreniforme
- Perturbação esquizoafectiva
- Perturbação delirante
- Perturbação psicótica breve
- Perturbação psicótica devido a causa médica
- Perturbação psicótica induzida por substâncias (canabis, cocaína, LSD, ecstasy, alcool, entre outras).
O stress socio-ambiental é um fator de risco muito importante na psicose. Altos níveis de stress podem levar a episódios psicóticos (determinados acontecimentos de vida como problemas no relacionamento, problemas financeiros, morte de alguém próximo).
Tratamento
- Medicação – é usada frequentemente nesta patologia, nomeadamente os antipsicóticos.
- Psicoterapia – procurar um psicólogo ajuda a perceber o que está a sentir e pode dar-lhe estratégias para ultrapassar algumas dificuldades como por exemplo o treino de habilidades sociais (técnicas baseadas na teoria da aprendizagem social), onde se incluem as habilidades não-verbais (Adequação da expressão facial, emprego de gestos, da postura, contacto visual); características paralinguísticas (Qualidade da voz); equilíbrio interactivo (Como se entrelaçam as respostas durante uma interacção ou a sua latência); conteúdo verbal (e.g. Escolha de palavras, construção de frases).
References:
- American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V). Virginia: American Psychiatric Publishing.
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Bursztein, C. (2005). A esquizofrenia ao longo da infância. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, VIII, 3, 406-427.
- Sousa, D. S. & Costa, A. R. (2014). Análise da Saúde Mental de um Pré-adolescente: um estudo de caso. Tese de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Porto: Universidade Fernando Pessoa
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Cornblatt, B. A., Green, M. F. & Walker, E. F.(1999). Schizophrenia: Etiology and Neurocognition. In T. Millon, P. H. Blaney & R. D. Davis (Eds.). Oxford Textbook of Psychopathology (277-310). New York: Oxford University Press