1871 – 1950. Psiquiatra e Psicanalista Americano.
Paul Federn, psicanalista amigo e colega de Sigmund Freud (1856-1939). Foi o 5º membro da Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras.
Paul Federn pertencia à burguesia judaica liberal de Viena – Áustria. Os pais eram comerciantes abastados. O pai obrigou Paul Federn e o seu irmão a estudarem medicina. Contrariado, estudou medicina mas a sua predileção sempre foi a biologia. Em 1902,Paul Federn começou a trabalhar como clinico geral em Viena e dois anos mais tarde, em 1904, casou-se com Wilma Bauer que tinha conhecido quando a tratou em idade jovem de um reumatismo articular. Sua companheira até à morte, embora fosse conhecido por ser um verdadeiro gala entre as mulheres e ser bem sucedido. Tinha uma tendência inata para a depressão.
Foi também um discípulo brilhante do freudismo comparado no meio ao apóstolo Paulo ou a um oficial subalterno do exército psicanalítico. Na Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras foi um dos pilares, dedicando-se ao ensino de um seminário particularmente rico sobre a interpretação dos sonhos.
Fez psicanalise com Sigmund Freud durante a qual conseguiu controlar o seu humor melancólico. As crises de depressão passaram a ser menos frequentes mas projetava suicidar-se em caso de recaída.
Interessou-se pela Telepatia e exerceu na Wiener Psychoanalytische Vereiningung – WPV – Instituto Psicanalítico de Viena – um cargo de administrador e organizador.
Os seus interesses em psicologia abrangiam a delinquência juvenil, a educação sexual e a emancipação da mulher.
Foi médico militar durante a primeira guerra mundial. Entre as duas guerras empenhou-se na revisão da teoria do ego e na reformulação da segunda tópica de Sigmund Freud (1856-1939) : Id – Super-Ego – Ego. Este interesse de Paul Federn, fiel à doutrina clássica, terminou na distinção entre o ego e o self – o primeiro passo para a Self Psychology. Nunca foi muito reconhecido pelos seus colegas da Ego Psychology.
Paul Federn emigrou para os Estados-Unidos em 1939. Refez os seus estudos em medicina para obter um novo diploma. Integrou-se na New York Psychoanalytical Society cujas regras rígidas contestou a ponto de ser considerado um “desviado” – Paul Federn era um freudiano ortodoxo.
Após a morte de Wilma Federn, Paul Federn teve uma recaída. E para não viver em agonia atroz decidiu pôr fim aos seus dias. A 3 de maio de 1950, organizou os seus papeis, deixou instruções por escrito a um dos filhos – Walter Federn – recebeu os seus pacientes normalmente e à noite às três da manha, terminou a sua vida com um tiro na cabeça.
Palavras-Chave: Self Psychology, Ego Psychology, Paul Federn, Sigmund Freud, Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras.
Bibliografia:
Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)