Marie Bonaparte

Marie Bonaparte foi uma das primeiras psicanalistas da época de Sigmund Freud (1856 -1939). Filha de Ronald Bonaparte (1858 – 1962), neto de Lucien irmão do Imperador. Marie Bonaparte nasceu em Saint-Cloud. Era sobrinha – bisneta de Napoleão Bonaparte (1769 – 1821). A mãe morreu no seu nascimento e Marie Bonaparte teve uma infância e adolescência trágicas. Foi educada pelo pai. Este só se interessava pelas suas atividades de geografo e antropólogo. O seu Avô paterno reinava em verdadeira tirania doméstica ávida de sucesso e notoriedade.

O seu casamento foi combinado com o Príncipe Jorge da Grécia (1869 – 1957). Este era homossexual, instável e tinha problemas de bebida, contudo fez de Marie Bonaparte, uma alteza real coberta de honras e de celebridade mas sempre obcecada pela procura de uma causa nobre. Vivia preocupada sobretudo com a própria frigidez.

Marie Bonaparte encontrou Sigmund Freud em 1925, em Viena – Áustria – a conselho de René Laforgue. Estava à beira do suicido e acabava de publicar sob o pseudónimo de Narjan um artigo no qual louvava o mérito de uma intervenção cirúrgica em voga na época. Esta intervenção cirúrgica consistia em aproximar o clitóris da vagina com o objetivo de transferir o orgasmo clitoriano para a zona vaginal. Marie Bonaparte acreditava que poderia curar a sua frigidez e não hesitou em experimentar a operação em si própria mas sem nunca obter o menor resultado.

Estimada Por Sigmund Freud, Marie Bonaparte foi um dos doze fundadores da Sociedade Psicanalítica de Paris, ao lado de René Laforgue, Adrien Borel, Rudolph Loewenstein, Édouard Pichon, Raymond de Saussure, René Allendy, entre outros. Foi uma grande tradutora da obra de Sigmund Freud, embora não tenha feito sucesso como escritora. Financiou em parte o movimento francês de psicanalise e era uma fervorosa defensora da nova ciência.

Lutou a favor da análise leiga, não recuou perante o nazismo na sua aversão e ódio a Sigmund Freud e às suas obras, pagou um resgate considerável para arrancar Sigmund Freud das mãos da gestapo, salvou os manuscritos e instalou Freud e a sua família em Londres. Este defesa e luta ao lado de Sigmund Freud, valeu-lhe ser uma figura central na psicanalise francesa.

Era uma das personalidades mais respeitadas de psicanalise. Tornou-se psicanalista. Fez análise com Sigmund Freud até 1938.

Foi considerada como a análise interminável. Fez um tratamento de 1925 a 1938. Durante esta análise, Sigmund Freud evitou que Marie Bonaparte tivesse uma ligação incestuosa com o filho e impôs-se certos limites às suas experiências cirúrgicas.

Opôs-se a Jacques Lacan (1901 – 1981) que também a detestava tratava-a como “o cadáver de Lonesco”

Durante, pelo menos 10 anos, lutou para a Sociedade Francesa de Psicanalise, não fosse integrada na International Psychoanalytical Association (IPA),de 1953 a 1963.

Atingida por leucemia fulminante Marie Bonaparte morreu completamente lucida depois de manifestar uma coragem exemplar.

Palavras-Chave: Marie Bonaparte, Sigmund Freud, Sociedade Francesa de Psicanalise

Bibliografia

Larousse-Bordas (2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.). Porto Alto: Temas e Debates

Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)

Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)

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