Linguagem corporal
A linguagem corporal diz respeito à informação que damos através do nosso corpo, pela nossa postura global. Esta informação é dada ao nosso interlocutor através de gestos, expressões, faciais, postura, entre outros.
Segundo Serafim (2012) a linguagem corporal diz muito acerca da pessoa já que é essa a primeira fonte de informação, por excelência, que damos a conhecer ao outro, e que dá a primeira impressão acerca de nós.
A revisão bibliográfica levada a cabo por Oliveira (2012) evidencia que as expressões emocionais são universais, pelo que respondemos de forma similar às diferentes situações, nos quatro cantos do mundo.
No entanto, quando dizemos verbalmente algo é importante ter em conta a linguagem corporal porque é esta que demonstra exatamente o que estamos a pensar, o que faz com que, quando dizemos algo que não corresponde ao que diz o nosso corpo, entremos em contradição, pelo que esta pode ser detectada pelo nosso interlocutor (Oliveira, 2012).
Alguns exemplos desta forma de comunicar através do corpo são os gestos, tais como a postura e o olhar, já que, quando olhamos e nos posicionamos de frente para o nosso interlocutor, em geral significa que dizemos a verdade, além de que a linguagem corporal acontece de forma inconsciente, o que significa que é muito difícil de a manipular, mesmo querendo (Serafim, 2012).
A teoria da linguagem corporal permite-nos concluir que, se todos conseguíssemos ler a mesma uns nos outros, entraríamos, com muita frequência, em conflitos, uma vez que todos queremos a verdade embora nem sempre estejamos preparados para a mesma (Oliveira, 2012).
Perante a ideia de que podemos ler a linguagem corporal é muito importante, principalmente para profissionais da psicologia, compreender se a sua abordagem está a ser satisfatória, porque, caso não esteja, todo o processo terapêutico estará comprometido (Oliveira, 2012).
Um dos sentimentos mais evidenciados através do corpo, pelas expressões faciais, é a tristeza por ser também um dos sentimentos de mais longa duração, quanto mais intensa for a mesma, principalmente por motivos de perda, o qual, se vai desvanecendo à medida que o luto termina (Oliveira, 2012).
Outros exemplos de expressões corporais bastante conhecidos são o empinar de cabeça que indica superioridade, o baixar de cabeça e tórax retraído que indica submissão e ainda a cabeça em posição neutra que corresponde a estruturas de personalidade mais fortes e vincadas (Serafim, 2012).
Oliveira (2012) menciona ainda o quão complexo é intervir no âmbito da psicoterapia junto de uma pessoa que mente a toda a hora, mas que a experiência acaba por ser rica porque permite que o profissional avalie a relação existente entre o que é dito e o que é apresentado sob a forma de expressões corporais. Nestas circunstâncias é importante e necessário que o psicólogo seja capaz de descobrir a verdade levando o próprio paciente, mesmo sem se aperceber, a desvendar a mesma (Oliveira, 2012).
Para além disso existem ainda casos em que o psicólogo poderá ter algum conhecimento no que diz respeito ao assunto que está a ser falado e que o paciente não queira enfrentar (Oliveira, 2012).
Alguns dos gestos mais conhecidos e a sua interpretação
- Aperto de mão forte significa segurança / aperto de mão fraco significa medo
- Pés na direção do interlocutor significam interesse / pés na direção contrária significam vontade de ir embora
- Braços cruzados significam inflexibilidade
- Puxar ou mexer no cabelo significa pensar em algo / apoiar nos cotovelos significa domínio do território
- Morder canetas ou as unhas significa stresse
- Mãos na boca significam necessidade de dizer algo sem saber o que
- Mãos cruzadas no tórax significam superioridade
- Respiração acelerada significa stresse
- Apoiar o queixo nas mãos significa paciência para esperar
(Serafim, 2012).
No entanto, de acordo com os estudos levados a cabo por Serafim (2012) é importante ressalvar que esta teoria dos gestos não é exata e que os mesmos vão depender muito do contexto e ambiente em que a pessoa que os faz, se insere, além de que eles podem sofrer alterações a qualquer momento ou então serem disfarçados.
Conclusão
De acordo com a revisão bibliográfica podemos concluir que a linguagem corporal além de extremamente complexa, é das formas de expressões mais genuínas da natureza humana pelo que, a nossa postura, o nosso olhar, as nossas expressões faciais, os nossos gestos, etc, comunicam e revelam mais de nós do que aquilo que dizemos verbalmente. Por esse motivo, ao nível do comportamento humano, o estudo da linguagem corporal é um dos pontos cruciais para poder intervir junto de um paciente da forma mais eficaz.
References:
- Oliveira, M.E.S. (2012). Linguagem Corporal: a Importância Dessa Comunicação para o Psicólogo. [online] PSICOLOGADO, psicologado.com. Disponível em https://psicologado.com/psicologia-geral/introducao/linguagem-corporal-a-importancia-dessa-comunicacao-para-o-psicologo;
- Serafim, A.C. (2012). A linguagem corporal. Portal da educação. portaleduacao. Disponível em http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14415/a-linguagem-corporal.