A interiorização pode-se traduzir como um processo no qual determinada relação externa é transformada em relação interna, (relação com um outro), isto é, as relações intersubjetivas são transformadas em relações intra-subjetivas com interiorização de um conflito, de uma interdição, por exemplo.
É um termo muito usado em psicanalise, como introjeção (sinónimo). A introjeção é um mecanismo de defesa, introduzido por Melanie Klein (1882 – 1960) que indica a passagem fantasmática de um objeto bom ou mau para o interior do individuo. Este objeto pode ser total ou parcial e este mecanismo de defesa é utilizado desde as primeiras relações entre a mãe e o bebé. A interiorização é o mesmo processo contudo diz respeito às relações, à passagem das relações de fora para dentro. Esta passagem só tem lugar quando existe a diferenciação psíquica do individuo em relação aos outros e ao mundo que o rodeia, uma vez que as relações e os conflitos, também eles diferenciados para que possam ser vivenciados.
A introjeção das primeiras relações – maternas e paternas – são interiorizadas nas suas relações ao cuidado, à autoridade, por exemplo ao nível do superego. Da resolução do Édipo com a escolha de objeto total, relação total e genital, um individuo intojetou a imago paterna, por exemplo, e interiorizou o conflito de autoridade com pai.
Palavras-Chave: Interiorização, introjeção, Mélanie Klein, intra-subjetivo, intersubjetivo
Bibliografia:
Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra publicada em 1967)
Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)