A interação social diz respeito às relações que estabelecemos com os outros mediante as características individuais de cada um. Esta vertente é influenciada pelos valores, princípios e crenças com os quais nascemos.
Segundo os vários estudos realizados por Menezes, Lima, Silva, Loiola, Rocha, Vale, Martins, Domingues, Costa e Freitas (2014) a interação resulta de vários e diferentes fatores. De acordo com os autores, alguns destes fatores são a linguagem, a simbologia e significações a ela associadas e o desenvolvimento destas e de outras potencialidades (Menezes e col, 2014).
Alguns estudos sugerem ainda que a interação social, pela sua natureza ligada à comunicação, resulta da relação entre dois sujeitos pelo que um influencia o outro de forma mútua, gerando desenvolvimento entre ambos (Duran, 1993).
Sabe-se, como já foi mencionado acima, que a interação social é constituída por vários sinais com a fala, a linguagem e a escrita e que estes são os principais meios de comunicação entre os seres humanos, pelo que é a partir destes pressupostos que se fazem crenças, vínculos, mudanças sociais, etc (Menezes e col, 2014).
De acordo com todas estas características inerentes à interação social, conseguimos compreender que ela é condição necessária para que o indivíduo se possa construir enquanto pessoa, isto é, permitem também o desenvolvimento da sua personalidade (Duran, 1993).
Diferentes autores em diferentes estudos, segundo as pesquisas de Menezes e col (2014) compreendem que a interação social entre os indivíduos é a alavanca que permite que possamos resolver situações mais problemáticas, adversidades da vida e lutar pelos nossos direitos de modo a que possamos superar as nossas dificuldades, devido ao facto d ela se associar às relações que estabelecemos.
Pelas pesquisas levadas a cabo pelos autores, podemos reparar como o primeiro meio de interação social é, na maioria das vezes, a família porque é a partir da mesma que recebemos e desenvolvemos a compreensão dos nossos valores, princípios, crenças, ideias e significados (Menezes e col, 2014).
É também a partir da família que se constroem os primeiros laços afetivos, e que os mesmos se verificam através do comportamento de cada um dos membros entre si (Menezes e col, 2014).
Em relação aos laços familiares, é preciso ressalvar que se trata de um princípio essencial para que o indivíduo se sinta amado e protegido, proveniente de desenvolver e construir relações positivas dentro do seu seio familiar (Menezes e col, 2014).
Contudo, quando este bem essencial e necessário ao bem-estar do indivíduo não está corretamente estabelecido, os estudos demonstram que o mesmo se encontra em risco de interação social (Menezes e col, 2014).
Sabemos ainda que os padrões familiares, por sua vez, também vão ser transformados pelas mudanças psicológicas, sociais, políticas, económicas e sociais que vão surgindo e que, para que os indivíduos possam coabitar e interagir, vai tendo que se adaptar a esta evolução inerente à condição humana (Menezes e col, 2014). Assim só é possível que as pessoas consigam gerir os seus conflitos controlar as suas emoções mesmo com o expressar das mesmas, se souberem lidar com todas estas adversidades (Menezes e col, 2014).
Para Duran (1993) é possível mesmo dizer que as experiências que tiramos da nossa interação com os outros são o nosso meio de desenvolvimento e de contato social porque o homem é, enquanto pessoa, constituído por essa pluralidade de interações com os outros indivíduos nos diferentes contextos onde esta interação ocorre.
Conclusão
A interação social é inerente à condição humana, uma vez que vivemos em sociedade e estabelecemos relacionamentos uns com os outros. A evolução da humanidade resulta desta, devido ao facto de a mesma acarretar as nossas individualidades tendo em conta os princípios, crenças, valores, etc, com os quais crescemos e amadurecemos ao longo do nosso ciclo vital. Verifica-se, portanto, que a família, primeiro meio de interação social do indivíduo, tem uma importância extrema na nossa capacidade de nos adaptar e de nos relacionar na sociedade.
References:
- Duran, Álvaro Pacheco. (1993). Interação social: o social, o cultural e o psicológico. Temas em Psicologia, 1(39, 1-8. Recuperado em 2 de julho de 2018, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1993000300002;
- Menezes, A.V., Lima, D.A., Silva.E.E., Loiola, F.S., Roha, G.C., Vale, L.F., Martins, L.H.S., Domingues, R.N.S., Costa, S.D., & Freitas, Z.F.L. (2014). INTERAÇÃO SOCIAL COMO MUDANÇA DE CENÁRIO NA SOCIEDADE DE RISCO. [Em linha] PT O PORTAL DOS PSICÓLOGOS. Recuperado em 2 de julho de 2018 de http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0837.