Gestalt (Conceito, Definição, Significado, O que é)

Apresentação do conceito de Gestalt, um termo de origem do alemã que significa “forma”, também conhecido como gestaltismo, é uma teoria da forma, uma psicologia da boa forma…

Apresentação do conceito de Gestalt

Gestalt, também conhecido como gestaltismo, é um termo de origem alemã que significa ‘forma’, e designa uma teoria da forma, uma psicologia da boa forma, uma doutrina que defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar “o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar.

O conceito de Gestalt, também conhecida como psicologia da forma ou psicologia da percepção, surge como escola no início do século XX. Foi primeiro introduzido na filosofia e psicologia contemporânea por Christian von Ehrenfels, mas o verdadeiro pai da Gestalt foi Max Wertheimer, cujo trabalho surgiu como resposta ao estruturalismo de Wilhelm Wundt.

No entanto, Wertheimer não foi o único responsável pelo surgimento do Gestaltismo. O desenvolvimento desta área da psicologia foi fortemente influenciado por outros grandes pensadores, como Immanuel Kant, Ernst Mach e Johann Wolfgang von Goethe.

Max Wertheimer observou que sequências rápidas de eventos e percepções tais como linhas de luzes piscando criam a ilusão de movimento, mesmo quando não há nenhum. Isso é conhecido como o fenómeno phi. As imagens em movimento são baseadas neste princípio, ou seja, numa série de imagens aparecendo rápida e sucessivamente para dar forma a uma experiência visual contínua.

De acordo com a psicologia da Gestalt, o todo é diferente da soma das suas partes. Com base nesta crença, psicólogos da Gestalt desenvolveram um conjunto de princípios para explicar a organização perceptiva, ou a forma como a mente agrupa pequenos objectos para formar outros maiores. Estes princípios são muitas vezes referidos como as “leis da organização perceptiva”.

De acordo com a psicologia da Gestalt, o sujeito é compreendido como um sistema aberto, em constante desenvolvimento e crescimento em função de trocas criativas com o ambiente; ou seja, ele é um ser relacional que interage com o mundo.

Na Gestalt, existem quatro princípios a ter em conta para a percepção dos objectos e formas: a tendência à estruturação, a segregação figura-fundo, a pregnância ou boa forma e a constância perceptiva. E além desses quatro princípios, também existem sete fundamentos básicos, que são:

  • Segregação: desigualdade de estímulo; hierarquia: importância e ordem de leitura.
  • Semelhança: elementos da mesma cor e forma tendem a ser agrupados e constituir unidades.
  • Unidade: vários elementos podem ser percebidos como um todo.
  • Proximidade: elementos próximos tendem a ser agrupados visualmente.
  • Pregnância: é a lei básica da percepção da gestalt.
  • Simplicidade: tendência à harmonia e ao equilíbrio visual.
  • Fechamento: formas interrompidas; preenchimento visual de lacunas.

gestalt

Sete fundamentos básicos da Gestalt

A psicologia da Gestalt influenciou os estudos e práticas em vários campos da actividade humana, como as artes plásticas, a arquitectura, o desenho industrial e o design gráfico. Trouxe também relevantes colaborações aos estudos da linguagem, da aprendizagem, da memória e do comportamento social, e foi importante para a inclusão do debate psicológico no interior da disciplina estética e para a psicologia e filosofia da arte desenvolvida no século XX.

Os princípios estudados pela Gestalt têm relação com preocupações artísticas com a organização e a disposição de elementos presentes desde os tratados renascentistas sobre perspectiva e hierarquização de componentes numa obra artística arquitectónica ou pictórica. Com a consolidação da Gestalt, no século XX, os aspectos da psicologia e dos estudos sobre a percepção visual somaram-se aos estudos sobre o fenómeno artístico, fornecendo uma estrutura teórico e experimental sobre a maneira como as pinturas são percebidas e entendidas.

A Gestalt engloba diversos conceitos referentes às percepções fisiológicas em relações a formatos, cores, ângulos e materiais. Mas o mais importante é perceber a forma por ela mesma; vê-la como “todos” estruturados, resultados de relações.

O principal estudioso a aprofundar os conceitos da psicologia da forma para o campo da estética e das artes foi Rudolf Arnheim. Nascido em Berlim, Arnheim estuda com Köhler e Wertheimer, que orientam a sua tese, defendida na Universidade de Berlim, e com Hans Wallach. Entre sua extensa produção académica, destaca-se a obra Arte e Percepção Visual: uma Psicologia da Visão Criadora, publicada em 1954 e desde então traduzida para inúmeros países.

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References:

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2002

BEHRENS, Roy R. Art, Design and Gestalt Theory. Leonardo. Vol. 31. Nº 4. 1998

FRACCAROLI, Caetano. A percepção da forma e sua relação com o fenômeno artístico: o problema visto através da Gestalt (Psicologia da Forma). São Paulo: FAU, 1952

GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: Sistema de leitura visual da forma. 6ª edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2004

GUILLAUME, Paul. Psicologia da forma. São Paulo: Nacional, 1966.

KOFFKA, Kurt. Princípio da psicologia da gestalt. São Paulo: Cultrix, 1975.

KOHLER, Wolfgang. Psicologia da gestalt. Itatiaia.Belo Horizonte, 1968

RHYNE. J. Arte e Gestalt: Padrões que convergem. Summus. São Paulo, 1993

ZINKER, J. Processo Criativo em Gestalt-terapia. Summus. São Paulo, 2007

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