A frustração em psicologia clinica e em psicanalise significa um estado no qual um individuo adere quando fica sujeito a qualquer demanda contrariado ou quando é proibido de realização de desejo e aquisição do sentimento de satisfação em face de uma exigência de ordem pulsional.
Pode-se traduzir como insatisfação, desprazer, contrariedade. Sigmund Freud reúne em volta do termo insatisfação, a presença de um elemento exterior que é recusado em face de uma exigência de maior nível, atendendo à inibição, constrangimentos e defesas egoicas. Segundo este, os seres humanos tornam-se neuróticos por causa da frustração. A neurose resulta do conflito entre os desejos libidinais do ser humano e as exigências egoicas que incluem as pulsões de auto-conservação e os ideiais, levando muitas vezes ao desprazer o que se pode traduzir como frustração. Nesta linha de pensamento, também encontramos Melanie Klein (1882 – 1960), que remontando às relações precoces, indica-nos que a frustração do bebé està associada à ausência do seio materno, que o sacia, alimenta e lhe dá calor e conforto.
A noção de frustração também surge atualmente associada à tolerância para suportar o desprazer –na linhagem de S. Freud – ou a ausência de um objeto externo que forneça conforto nas suas diversas formas – na linhagem de M. Klein. O nível de tolerância está na ordem do dia para pensar a saúde mental ou ausência dessa. O estado da frustração é uma questão essencial no tratamento psicanalítico.
Está sempre presente a marca do permanente conflito entre o ego e a libido. Pode ser classifica como frustração externa, que remete para as exigências da realidade e egoicas, ou frustração interna associada à realização do desejo e à fantasia.
Palavras-Chave: Frustração, Deprazer-Prazer, Satisfação, Sigmund Freud, Melanie Klein
Bibliografia
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Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)
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