Apresentação do Caso de Dora (1900,1905)
O caso de Dora é um dos casos de neurose histérica mais importante para Sigmund Freud e um dos casos mais relatados e analisados. A história de Ida Bauer, verdadeiro nome de Dora, foi redigido entre dezembro de 1900 e Janeiro de 1901 e publicada em A Interpretação dos Sonhos (1900) e Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905). Ida Bauer, Dora, era uma adolescente com 18 anos, da burguesia judaica abastada do Sec. XIX que fora encaminhada pelo seu pai até Sigmund Freud.
Era a filha mais nova de Philipp Bauer (1853 – 1913) e Katharina Gerbert-Bauer (1862-1912). O motivo do encaminhamento foi uma trama de adultério e zanga entre Ida e o seu pai Philipp. Este último para proteger o seu romance extraconjugal com a Senhora K, esposa do seu amigo burguês Sr. K, fez com que a filha passasse por mentirosa, encaminhando-a para tratamento com o mesmo médico que o tinha tratado há tempos receitando um medicamento para a sífilis – Sigmund Freud.
O sucesso com este caso clínico de Dora foi, e o autor admitiu, razoável, e não tão proveitoso para a paciente como tantos outros. Ida Bauer surgiu para tratamento afetada com diversos distúrbios – enxaquecas, tosse convulsa, afonia, depressão e tendências suicidárias – e esteve em tratamento com Freud onze semanas. Da trama relatada por Ida Bauer, a ida para longe da cidade estava na origem da tragédia familiar, pois Phillip, o pai, conheceu um negociante – Sr. K – do qual ficou amigo, tornando-se amante da sua esposa a Sra. K -. Philip tentou esconder o romance extraconjugal, enquanto Ida, Dora, o tentou terminar. O Sr. K enciumado, seduz Dora que o rejeita horrorizada enquanto Katherina, a mãe de Dora, se despreocupou vivendo como S. Freud nomeou uma “psicose doméstica”. Katharina Gerbert-Bauer nunca se tinha interessado pelos filhos e Ida era cuidada pela governada que além dos afazeres domésticos tinha também, em seu entender a função de passar informações de natureza sexual a Dora. Falou-lhe do romance do pai com a Sra. K e vivia também um romance com Dora. Em onze semanas e através de dois sonhos que são relatados nas obras acima mencionadas, S. Freud, expõe o inconsciente a Ida.
Do primeiro sonho, retém-se a verdade de que Dora se masturbava e estava enamorada de um homem chamado Hans Zellenka. Do segundo, o mais importante seria que Dora tinha conhecimentos da vida sexual dos adultos.
Dora rejeitava que se sentia atraída sexualmente pelo Sr. K e por isso interrompeu o tratamento com Freud, após relatar o episódio de sedução. O autor descreve a propósito deste caso que não foi capaz de compreender a relação homossexual com a governanta e o horror de Dora pelos homens que foi uma constante na sua vida. Desta, relata-se ainda que Ida casou com Ersnt Adler de quem teve um filho. Da altura da tragédia familiar, é importante relatar que Ida conseguiu que a Sra. K admitisse o romance com o seu pai e que o Sr. K confessasse que a tinha seduzido, podendo fazer as pazes com o pai, Phillip que rompeu de vez as relações com o casal K. Dora finalizou a sua vida sucumbindo à doença, argumento que a tinha levado a S. Freud.