Doença de Pick

A doença de Pick caracteriza-se por deteriorar, gradual e progressivamente, a memória, afetando, a pouco e pouco, a qualidade de vida do indivíduo.

Doença de Pick

A doença de Pick caracteriza-se por deteriorar, gradual e progressivamente, a memória, afetando, a pouco e pouco, a qualidade de vida do indivíduo. Devido aos sintomas, a mesma é, frequentemente, confundida com a demência de Alzheimer.

A doença de Pick caracteriza-se como uma demência frontotemporal (DFT) degenerativa primaria que leva à morte dos neurónios do sistema nervoso central (SNC) (Neto, 2012).

Esta demência é relativamente rara e leva à perda de memória em tempos aleatórios, ou seja, oscila entre a curta e a longa duração, o que leva a comprometer o dia a dia do doente, começando, geralmente, a partir dos 50-60 anos e pode durar de 2 anos a 15 (Neto, 2012).

Neto (2012) refere, ainda, a origem da sua descoberta, em 1892, por Arnold Pick, salientando a tendência para se confundir a doença de Pick com a demência de Alzheimer. Uma das grandes diferenças é que a doença de Pick começa, geralmente, em idades mais precoces, geralmente, perto da meia idade (Nunes, 2016).

Os estudos levados a cabo demonstram que “… a doença de Pick é caracterizada patologicamente por atrofia nos lobos frontal e temporal anterior com glicose densa na substancia branca subjacente… “ (Neto, 2012, p.5).

Nos primeiros tempos a doença não e perceptível, pelo que o indivíduo continua a ser capaz de fazer tudo, embora possa ocorrer apraxia, no entanto, nunca de forma proativa, uma vez que é necessário estar sempre a solicitar as tarefas, capacidade essa que vai sendo, gradualmente, perdida (Neto, 2012).

Como tal, os estudos de Nunes (2016) demonstram a importância de promover a máxima organização possível, quer no que diz respeito ao ambiente físico como ao ambiente social, ou seja, manter as coisas organizadas e uma atmosfera calma e positiva.

Não menos importante é referir que ainda não se conhecem completamente as causas que levam a doença de Pick, já que, no que concerne ao fator neurodegenerativo, as causas são incertas, apesar de já se verificarem fatores genéticos associados à doença, como por exemplo, o cromossoma 17 estar diretamente ligado em alguns casos (Neto, 2012).

Podemos classificar a doença de Pick em três formas

  1. Degeneração fronto-temporal e límbica com inchaços neuronais e inclusões argilofílicas
  2. Atrofia frontal e degeneração cortical com neurónios baloniformes, mas sem corpos de Pick, sinais extrapiramidais, síndromes motoras assimétricas e degeneração na substancia negra e outro núcleo profundo
  3. Não existem corpos de Pick nem neurónios baloniformes

(Neto, 2012).

Os trabalhos de Nunes (2016) permitem compreender algumas das formas de intervenção, como a diminuição do avançar da doença através da estimulação da memória e a monitorização do comportamento para que o mesmo se mantenha estável.  Além disso, é importante fazer o acompanhamento medicamentoso adequado com anti-inflamatórios e repositores hormonais que contenham estrogénios (Nunes, 2016).

Hábitos de vida saudáveis como manutenção do colesterol e da glicemia, são imprescindíveis e os estudos indicam que o ômega 3, presente no salmão, linhaça, entre outros alimentos que possam funcionar como suplementos enriquecedores, permitem controlar a doença (Nunes, 2016).

Perante essas características podemos dizer que a doença varia de forma de pessoa para pessoa, contudo, o denominador comum está ligado à personalidade, uma vez que o indivíduo começa a revelar apatia, indiferença, desinteresse e atitudes agressivas e infantis constantes, bem como alterações na linguagem que pode ser afetada tanto pela escrita como pelo meio verbal (Neto, 2012).

Devido a todas as características e facilidade de confusão com outros tipos de demência, o diagnóstico correto é fundamental para dar início a um tratamento produtivo, através de exames tais como tomografia e ressonância magnética, entre outros exames que permitem observar se existe diminuição do volume cerebral, devido a quadros de atrofia (Nunes, 2016).

Conclusão

Tal como é característico das demências, a doença de Pick evolui de forma gradual e progressiva, inicialmente de forma imperceptível, e levando, a pouco e pouco, o indivíduo a deixar de executar desde as tarefas mais complexas, como a elaboração de um texto, até às mais simples, como organizar as suas coisas. Uma das características que, mais facilmente, diferencia esta demência de outras, é o facto de poder ser observada em idades mais precoces.

A intervenção pretende-se, também, o mais precocemente possível e combinando a medicação com a monitorização do comportamento, com o devido acompanhamento.

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References:

  • Neto, M.M.M. (2012). DOENÇA DE PICK: ESTUDO DE CASO. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA. Goiânia, 2012. Disponível em ceafi.com.br/publicacoes/download/a653e6c9ac2b4fbd8f2de1010635a9c25;
  • Nunes, P.V. (2016). Doença de Pick ou Demência de Pick. Disponível em http://www.psiquiatria.med.br/doencas/memoria-alzheimer-perda-de-memoria-em-jovens/doenca-de-pick-ou-demencia-de-pick.
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