Conceito de Criminologia
A criminologia é uma palavra criada em 1885 pelo magistrado italino Rafaele Garofalo (1851-1934) para designar uma disciplina criada pelo seu mestre da altura Cesare Lombroso (1836-1909). A criminologia tem por objeto as causas do crime, o comportamento mental do criminoso, a sua personalidade e as patologias ligadas ao ato criminoso. Através de um método científico aliam-se duas áreas: a antropologia criminal e a criminalística. Ambas se inspiraram na frenologia que consiste em decifrar o carácter do individuo através das saliências e relevos da calote craniana. A criminalística relaciona os factos criminosos com a teoria da hereditariedade de generescência. A criminologia distingue-se desta porque se interessa mais pelos criminólogos do que pela causa do crime.
A criminologia recolhe, em síntese, uma perspetiva da personalidade mas insere-se numa preocupação multidisciplinar, nos mecanismos sociais onde a personalidade se afirma. Se outrora a criminologia estava associada a grupos sociais e ao delinquente versus aquele que não é delinquente, atualmente, o cenário mudou. A criminologia, não se dissociando dos problemas da personalidade criminosa e a sua tipologia, defende não existir uma diferença entre a personalidade delinquente e a não delinquente mas apenas um escalonamento de fatores psicológicos. De entre estes, são tidos em conta a labilidade, a agressividade, a atonia afetiva, entre outros.
A criminologia praticada por médicos e em relação com a justiça e os magistrados integrou-se na psiquiatria, adotando doutrinas também da psicologia clínica e da psicanálise freudiana e pós-freudiana.
O grande criminologista belga Étienne de Greef (1898-1961), médico psiquiatra da Universidade de Lavaina, procurou discernir a personalidade do criminoso relacionando a sua vivência interna com a sua maneira de comunicar com o mundo. Daniel Lagache (1903-1972) grande impulsionador da psicanálise em França e das edições PUF – Presses Universitaires de France, introduziu as teses de Greef em França cruzando-as com a psicologia clínica, continuadas por Pierre Janet (1859-1947) psiquiatra e psicólogo. A partir da década de 1950, a criminologia sofreu duas influências: a de inspiração neurológica reativando a noção de criminoso e fazendo do crime a expressão de um instinto inato e outra de inspiração fenomenológica ou psicanalítica que defendia que o crime era simultaneamente um facto social e um facto psíquico.
O termo criminologia deriva do latim – crimino – que significa crime e do grego logos – que significa pensamento ou estudo, isto é é o estudo do crime. A esta ciência estão associadas a:
- Victimologia
- Balística,
- Antropologia criminal
- Psicologia Criminal
- Sociologia Criminal
- Psiquiatria Criminal
- Criminalística,
- Direito,
- Entre outras de menos importância.
É uma ciência atual que possui rigor cientifico e cujo objeto de estudo envolve o crime o criminoso, o aspeto social que envolve quer o crime, o criminoso e a vitima.
Palavras-Chave: Criminologia, Cesare Lombroso , Rafaele Garofalo , Daniel Lagache ,crime, criminoso, vitima
Bibliografia
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- Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanálise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)
- Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanálise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)
- Oliveira, M.L. (1985). Enciclopédia Moderna (Vol. 6). Lisboa: Circulo dos Leitores