Arquétipo (Conceito, Definição, Significado, O que é)

Conceito de Arquétipo: Arquétipo é um termo de origem grega (arkhétypon que em português significa ‘modelo primitivo’), usado na filosofia, psicologia, antropologia e crítica literária…

Conceito de Arquétipo

Arquétipo é um termo de origem grega (arkhétypon que em português significamodelo primitivo’), usado na filosofia, psicologia, antropologia e crítica literária.

No âmbito da filosofia, o termo designa um modelo ideal, inteligível, do qual se copiou toda a coisa sensível. Para Platão, na sua teoria do conhecimento, as ideias são os arquétipos das coisas e a ideia do bem é o arquétipo de todas as coisas boas; para o empirismo, certas ideias são os arquétipos de outras ideias.

No século XX o termo é recuperado por Carl Jung para a área da psicologia. Segundo ele, os componentes estruturais do inconsciente colectivo recebem vários nomes: arquétipos, dominantes, imagens primordiais, imagos, imagens mitológicas e padrões de comportamento (Jung, 1943). No caso do arquétipo, este é uma forma universal de pensamento (ideia) que contém um elemento de emoção. Essa forma de pensamento cria imagens ou visões que correspondem na vida normal de vigília a algum aspecto da situação consciente. Por exemplo o arquétipo da mãe produz a imagem de uma figura de mãe que é então identificada como mãe real. Por outras palavras, o bebé herda uma concepção pré formada de uma mãe genérica que determinará em parte como ele perceberá a sua mãe. A percepção do bebé também é influenciada pela natureza da mãe e pelas suas experiências com ela. Assim, a experiência do bebé é o produto conjunto de uma predisposição interna para perceber o mundo de uma certa maneira e da natureza real daquele mundo. Os dois determinantes normalmente ajustam-se de forma compatível, porque o próprio arquétipo é um produto de experiências raciais com o mundo, e essas experiências são muito semelhantes às de qualquer outro indivíduo em qualquer época e em qualquer parte do mundo. Ou seja, a natureza das mães continua muito parecida desde o início da história da raça, de modo que o arquétipo de mãe herdado pelo bebé é congruente com a mãe real com a qual ele interage.

Este conceito jungiano de arquétipo, é depois recuperado por alguns antropólogos, como Claude Lévis-Strauss e, por críticos literários, tais como Bachelard, Northrop Frype e Maud Bodkin.

Na antropologia, um arquétipo é entendido como um depósito mental permanente de uma experiência que foi repetida constantemente por muitas gerações. Os arquétipos não estão necessariamente isolados uns dos outros no inconsciente colectivo. Eles interpenetram-se e fundem-se. Os mitos, os sonhos, as visões, os rituais, os sintomas neuróticos e psicóticos, e os trabalhos de arte contêm uma grande quantidade de material arquetípico e constituem a melhor fonte de conhecimento em relação aos arquétipos. Jung e seus adeptos realizaram um trabalho prodigioso sobre representações arquetípicas nas religiões, nos mitos e nos sonhos. Supõem-se que existam muitos arquétipos no inconsciente colectivo. Alguns dos que foram identificados são os arquétipos de nascimento, renascimento, morte, poder (energia), magia, unidade, heróis, criança, Deus, demónio, velho sábio, mãe terra e animal.

Na crítica literária procura-se demonstrar como as produções literárias recuperam imagens e símbolos antigos através dos quais se revelam experiências e comportamentos provenientes de arquétipos existentes em mitos de outras culturas e de outras épocas. Bons exemplos desta conceção intuitiva e mítica do homem e dos seus complexos comportamentos, que seguem modelos e mitos universais, são as personagens literárias Édipo, Fedra, Segismundo, Fausto ou muitas das personagens de Shakespeare.

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