Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um político e escritor italiano que desempenhou um papel fundamental nas atividades cívicas de Florença, cidade onde nasceu e da qual foi chanceler de 1498 a 1512. Neste contexto, travou conhecimento com César Bórgia, personalidade que refletiu o seu ideal de príncipe e que, portanto, influenciaria a sua célebre obra «O Príncipe».
Em 1506 tornou-se embaixador junto de Júlio II, assim como em França e na Alemanha. Contudo, com a supremacia dos Médicis, Maquiavel foi obrigado a afastar-se do poder. Foi, no entanto, este afastamento que proporcionou a redação de importantes tratados, tornando-se, neste sentido, um homem de Letras, um importante pensador político.
De facto, Maquiavel escreveu a peça mais brilhante da Renascença italiana, ou seja, «Mandrágora» (1515) e, tanto a sua lucidez, como o seu rigor histórico, levaram-no à conceção de «O Príncipe» (1532), um tratado de 26 capítulos de conceitos sobre a prática política dos reis. Segundo a sua perspetiva, os governos levam à degradação do Estado, instituição que ele colocava acima das demais, pois entendia ser a única capaz de assegurar a manutenção dos interesses gerais, sem estes estarem coagitados por interesses individuais ou religiosos, no plano de um pragmatismo político assente na ideia de que governar deveria ser uma técnica.
Nicolau Maquiavel acabou por falecer isolado dos centros de decisão, em Florença.