Valor-notícia é a componente noticiosa que apresenta a resposta à pergunta: “Quais os acontecimentos que são considerados suficientemente interessantes, relevantes e significativos para serem transformados em notícia?”.
Existem assim, vários critérios que ditam a importância de uma notícia, passando os mesmos pelo ineditismo (quanto mais inédito mais importante), pela probabilidade, pelo interesse (se a notícia em si afeta mais ou menos pessoas), pelo apelo, pela empatia (o número de pessoas que se irão identificar com a notícia) e pela proximidade geográfica a que acontece aquilo que se irá relatar.
No entanto e de acordo com diferentes estudiosos, existem diferentes categorias de noticiabilidade.
Para Carrol Warren, os elementos básicos da notícia passam pela atualidade, proximidade, proeminência, curiosidade, conflito, emoção, suspense e consequências.
Fraser Bond, defende que o valor-notícia se rege pela oportunidade, importância, tamanho, proximidade, conflito, o incomum, expetativa, culto do herói e da fama, interesse humano, acontecimentos que afetam grandes grupos organizados, disputa, descoberta e invenção, crime. Fraser Bond justifica também que o factor proximidade é informação local e a base com que os jornais americanos constroem as suas tiragens.
J. Galtun e M. Ruge, afirmam que os critérios de noticiabilidade passam pelo momento do acontecimento, intensidade ou magnitude, inexistência de dúvidas sobre o seu significado, proeminência social dos envolvidos, surpresa, proeminência das nações envolvidas, composição tematicamente equilibrada do noticiário, valores socioculturais, proximidade e continuidade.
Para Luiz Amaral, os atributos fundamentais passam pela atualidade, veracidade, amplo raio de influência, interesse humano, proximidade, raridade e curiosidade.
Mar de Fontcuberta, afirma que o interesse público passa pela atualidade, proximidade, proeminência, conflito e consequências. Para Mar de Fontcuberta, a proximidade é também um dos fatores mais importantes na hora de escolher uma notícia.
Mario Erbolato, afirma que os critérios de notícia giram em torno da proximidade, marco geográfico, impacto, proeminência, aventura e conflito, consequências, raridade, humor, sexo e idade, progresso, interesse pessoal, interesse humano, importância, rivalidade, utilidade, política editorial do jornal, oportunidade, dinheiro, expectativa, ou suspense, originalidade, culto do herói, descoberta e invenções, repercussão e confidências.
Natalício Norberto, defende que o valor-notícia passa pelo interesse pessoal (dinheiro, sexo, solidariedade), interesse pelo próprio, proximidade, o incomum (conflito, crimes, expetativa, objetividade), tamanho, importância e oportunidade. Natalício Norberto é também da opinião que os leitores preferem uma notícia que relata um acontecimento próximo do que um acontecimento que tenha ocorrido a quilómetros de distância.
Nilson Lage, diz que os critérios de avaliação passam por proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo e identificação humana. Este estudioso relativiza a valorização da proximidade consoante as trocas materiais (o comércio), as trocas culturais ou migrações locais. Está em causa o interesse da classe social e da sua relação com o mundo.
P. J. Shoemaker, afirma que os critérios de noticiabilidade passam pela oportunidade, proximidade, importância, impacto ou consequências, interesse, conflito ou controvérsia, negatividade, frequência, dramatização, crise, desvio, sensacionalismo, proeminência das pessoas envolvidas, novidade, excentricidade e singularidade.
Por fim, Teun A. Van Dijk, defende que os valores jornalísticos se apoiam na novidade, atualidade, pressuposição, consonância, relevância, desvio, negatividade e proximidade. Van Dijk, diz que o facto de um acontecimento ocorrer num determinado local, resulta na criação de uma interação do leitor com a cidade onde vive.
