Metonímia realista baseia-se na representação do todo através da escolha de uma parte da “realidade”. A seleção da metonímia é importante, uma vez que constrói a restante realidade desconhecida, isto é, o resto da imagem é construída.
Numa série policial, por exemplo, quando surge a imagem de uma rua, esta não pretende representar somente a rua, mas sim um tipo específico de vida urbano.
Existem seleções feitas que poderão não corresponder à realidade. A “seleção” do que é mostrado é vista como algo natural, “real” e inquestionável.
Um dos problemas que se verifica na análise de sintagmas icónicos (mensagens visuais onde as construções com significado escolhidas se combinam) é o facto de estes não serem combinados de forma distinta e facilmente separáveis, como acontece com os elementos de uma frase. Numa imagem, é necessária uma análise muito detalhada para que se faça a divisão dos sinais. Ao analisar os sinais em determinada imagem está a atribui-se um significado de acordo com a experiência cultural de quem a analisa.
A imagem escolhida leva o leitor a fazer determinada interpretação. Quando partes dessa imagem são cortadas, retiram-lhe elementos que podem alterar a interpretação feita por este, quando comparada com a imagem original.
Quando o leitor começa a pensar nos significados, estes deslocam-se para os mitos (forma como uma cultura explica ou compreende determinado aspeto da realidade ou da natureza), sem que tenha consciência disso.
Segundo Barthes, os mitos servem as classes dominantes. Para este semiólogo, existe uma cadeia flutuante de significados nas imagens, na qual o leitor escolhe uns e ignora outros.
References:
Fiske, John (1990), Introduction to communication studies, London, Routledge (trad. Port. Introdução ao estudo da comunicação, Porto, Ed. Asa, .1993, pp. 120, 130-148