Metáfora visual refere-se ao uso dos termos para expressar algo pouco habitual, em mensagens visuais. A metáfora explora simultaneamente a semelhança e a diferença. São semelhantes, uma vez que fazem parte do mesmo paradigma, ou seja, fazem parte de um conjunto de signos (construções com significado), em que os escolhidos combinam entre si. São ao mesmo tempo diferentes, pois os termos de um paradigma (conjunto de signos, do qual se escolhe aquele que vai ser usado) são utilizados como se fizessem parte de um outro, ou seja, ganham temporariamente o significado desse paradigma. É essa diferença que lhes permite a comparação.
As metáforas são mais utilizadas na linguagem escrita ou verbal, mas na linguagem visual é rara. Esta pode encontrar-se com frequência na linguagem publicitária. Os acontecimentos ou objetos são muitas vezes apresentados como metáfora de um produto.
A metáfora é imaginativa, uma vez que exige ao leitor a procura de semelhanças entre planos diferentes, através da associação. No exemplo “o navio sulcou a água”, o termo “sulcou” está associado ao arado, o qual transporta caraterísticas deste para o navio.
Quanto mais obscuras forem as metáforas, maior terá de ser o esforço feito pelo leitor para as entender. Verifica-se, assim, a transposição de valores de determinadas propriedades de um plano para outro, dentro do mesmo paradigma. Nos textos visuais, encontram-se principalmente “inseridos” ou “sobrepostos” num sintagma objetos que normalmente pertencem a um outro.
As metáforas são desvios às normas do comportamento da linguagem, quer isto dizer que não estão de acordo com a prática comum de um grupo ou sociedade. Acontece, por vezes, estas tornarem-se tão usuais que acabam por transformar-se em norma. Quando isso acontece, perdem o seu impacto imaginativo original.
References:
Fiske, John (1990), Introduction to communication studies, London, Routledge (trad. Port. Introdução ao estudo da comunicação, Porto, Ed. Asa, .1993, pp 126-141