Conceito de Máquina de Escrever
De acordo com o dicionário online Priberam, a máquina de escrever define-se por ser um aparelho que permite imprimir diretamente no papel através de teclas ligadas a caracteres. Mas a máquina de escrever tem também a sua história que alimentou uma nova era tecnológica e, ao mesmo tempo, mudou o paradigma laboral da altura, permitindo a existência até de uma nova profissão, o datilógrafo.
Foi pelas mãos do inglês Henry Mill que em 1714 surgiu o primeiro protótipo de uma máquina de escrever, mas ainda sem as letras possíveis para impressão. A ideia acabou por ficar apenas no papel. Mas apesar das várias tentativas falhadas, houve quem não desistisse da ideia.
Foi com Pellegrino Turri que em 1808 apareceu o teclado para escrever. O objetivo do italiano era criar uma máquina de escrever que facilitasse a comunicação das pessoas cegas, como era o caso da sua amiga Carolina Fantoni da Fivizzano. Contudo, tudo o que era criado não servia o propósito. Ou as máquinas eram muito grandes ou eram mais lentas do que escrever à mão.
Diz-se que foi apenas em 1868 que surgiu a primeira máquina de escrever funcional, através do tipógrafo americano Christopher Sholes (também inventor do teclado Qwerty). Com a ajuda dos seus sócios Samuel W. Soule e Carlos Glidden, os três conseguiram criar uma máquina que iria ser comercializada, designada Sholes &Gliddens. Era um modelo em madeira, com as letras presas por arames de forma a não se prenderem uma às outras.
No entanto, ainda havia algumas lacunas com o aparelho, nomeadamente o facto de escrever apenas em maiúsculas. Quem chamou a atenção para a falha foi James Densmore, um comerciante americano que se juntou a Sholes, Glidden e Soule para juntos desenvolverem uma nova máquina de escrever. Em 1878, os três convenceram a Remington and Sons, uma empresa de produção de armas com sede em Nova Iorque, a fabricar o modelo Remington Nº 2- mais rápidas e com letras maiúsculas e minúsculas.
Já no início do século XX, a máquina de escrever tornou-se mais rápida, silenciosa e ao alcance de todos com a invenção do motor elétrico, em 1914, pelas mãos de James Field Smathers.
A máquina de escrever expandiu-se de tal forma que era fundamental nos sectores dos serviços e comércio. Isto fez com que se desse um aumento de emprego, levando também à emancipação da mulher, através do curso de dactilografia – técnica de digitar sem olhar muito para as teclas e com alguma velocidade. Desta forma, as mulheres conseguiram, de certa maneira, um novo estatuto no mercado de trabalho, passando a ser mais respeitadas.
Nos dias que correm Em 2011, a Godrej & Boyce, com sede em Bombaim, na Índia, foi a ultima empresa no mundo a fechar portas à produção de máquinas de escrever, deixando em stock ainda 200 relíquias. Em declarações ao jornal indiano Bussiness Standard, a empresa justificou o fecho com o facto de não haver já tanta procura.