Furo jornalístico

Um furo jornalístico é um jargão jornalístico, utilizado no âmbito dos meios comunicação social como uma notícia ou informação nova e divulgada em 1º lugar.

Noção e importância de furo jornalístico

Com a crescente concorrência entre orgãos de comunicação social, entre eles nas plataformas de imprensa, online, rádio e televisão, as quais competem entre si, independentemente da área ou áreas onde atuam, o furo jornalístico, conhecido como jargão jornalístico, para expressar uma notícia e/ou informação nova e divulgada em 1º lugar ganhou uma grande dimensão, sendo de extrema importância para o jornalismo de investigação que, segundo o jornalista português Ricardo Jorge Pinto, ganhou nova dimensão nos anos 90.

Porém, apesar de ser um jargão e uma noção jornalística, costuma ter graves repercussões nacionais, mundiais e mesmo judiciais para a pessoas ou pessoas em causa.

Hoje em dia, com a dimensão das redes sociais e com a fácil exposição pública o furo jornalístico pode não ser uma conquista de um jornalista, mas também de um indivíduo qualquer.

Análise de Furos jornalísticos famosos

Os furos jornalísticos são, hoje em dia, utilizados essencialmente em áreas como a política, a economia, sociedade e desporto. Exemplos desses mesmos furos jornalísticos são:

  • Caso Watergate – Em 18 de junho de 1972, dois jornalistas do Washington Post descobriram que, durante a campanha eleitoral que elegeu Richard Nixon como presidente Norte-Americano, foram detidas cinco pessoas que tentavam fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata. Os dois jornalistas, Bob Woodward e Carl Bernstein, conseguiram apurar que o presidente do Partido Republicano sabia da tentativa de “assalto” ao edifício Watergate, local onde as cinco pessoas foram presos, culminando com a renúncia do presidente e, posteriormente, com a admissão de culpa deste durante a famosa entrevista exclusiva de David Frost a Richard Nixon, transposta para o cinema no filme “Frost/Nixon”, em 2008.
    Para além da crescente venda de jornais, o caso teve repercussões bastante sérias para os envolvidos.
  • Escandâlo Snowden – Em 2013, o então administrador de sistemas da NSA (Agência de Segurança Nacional ou National Security Aggency, em inglês) e da CIA (Central de Inteligência Nort-AMericana, ou Central Intelligence Agency em inglês), Edward Snowden entregou ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal The Guardian, e a cineasta e jornalista Laura Poitras documentos comprovativos de que o Departamento de Segurança Nacional Norte-Americano conseguia, através do seus programas de investigação, fazer Vigilância em Massa, utilizando qualquer tipo de aparelho tecnológico com câmara e gravador de som para vigiar as pessoas na sua luta contra o terrorismo.
    O escândalo, ocorrido em Junho, percorreu o mundo, tendo sido, inicialmente, publicado online e desenvolvido no jornal The Guardian. Em outubro, o secretário de Estado Norte-americano admitiu alguns exageros por parte do Estados Unidos da América, sem, no entanto, retirar as acusões de traição a Edward Snowden. Neste caso, o The Guardian ganhou uma “bomba” jornalística (furo jornalístico de enormes dimensões no jargão jornalístico).
  • Caso dos e-mails do Benfica – Numa situação ainda em análise jurídica, a 11 de abril de 2017, Francico J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, começou a revelar e-mails em pleno “Porto Canal” – canal do clube – sobre alegadas trocas de correspondência entre Rui Pereira, chefe de segurança do SL Benfica, e Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD encarnada, relativamente ao apoio das “águias”, como o clube da Luz também conhecido, às claques. Posteriormente, a 6 de junho, o mesmo Francisco J. Marques denunciou um esquema de corrupção de árbitros a favorecer o SL Benfica, envolvendo a SAD das águias, o antigo árbitro Adão Mendes e, também, Pedro Guerra, antigo diretor de conteúdos da Benfica TV. Luís Filipe Vieira, presidente do SL Benfia, Paulo Gonçalves (assessor jurídico das águias), Nuno Cabral (ex-árbitro e então delegado da Liga de Clubes), Ferreira Nunes, antigo responsável pela classificação dos árbitros, também eram visados.
    Neste caso, o Benfica viu a sua reputação ser colocada em causa, estando ainda à espera do resultado jurídico, e o FC Porto, com este jogo de divulgação, conseguiu diminuir, possivelmente, a alegada influência das águias junto do árbitros e da Liga, num caso de demonstração que um furo jornalístico pode ser conseguido através de não-jornalistas.

 

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References:

Fonte anónima, Knoow.Net. Disponível em: https://knoow.net/ciencsociaishuman/jornalismo/fonte-anonima/. Consultado a 08/06/2018

CASO DOS EMAILS: A CRONOLOGIA DOS EPISÓDIOS QUE MARCAM A INVESTIGAÇÃO, Record. Disponível em: https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/benfica/detalhe/caso-dos-emails-a-cronologia-dos-episodios-que-marcam-a-investigacao.html. Consultado a 08/06/2018

Furo Jornalístico – Conceito, o que é, Significado, Conceitos. Disponível em: https://conceitos.com/furo-jornalistico/. Consultado a 08/06/2018

Watergate, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Watergate Consultado a 08/06/2018

Edward Snowden, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Snowden. Consultado a 08/06/2018

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