A ética jornalística é um conjunto de normas e procedimentos éticos que orientam a actividade jornalística. A ética profissional dos media está estritamente ligada às suas decisões pessoais enquanto profissionais, quase como uma obrigação prática profissional baseada no livre arbítrio e do carácter pessoal, nomeadamente o bom senso do jornalista, sobretudo num contexto de concorrência económica que poderá levar ao favorecimento de comportamentos ilícitos.
Da mesma forma, a ética jornalística tem uma relação indissociável com a manutenção da credibilidade profissional. A reflexão ética do jornalista deverá opor-se nitidamente às visões económicas, políticas ou promocionais da estrutura mediática.
A ética é o domínio por excelência do dilema e da decisão. Normalmente, um problema moral apresenta-se sob a forma de um conjunto de acções possíveis, pelo que a solução está na tomada de uma atitude e definir uma certa linha de conduta.
Originária do grego “ethiké” ou do latim “ethica”, a ética é o domínio da filosofia que tem como objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correto e o incorrecto. Os princípios éticos constituem-se enquanto directrizes, segundo as quais o profissional rege o seu comportamento tendo em vista uma filosofia moral dignificante.
No entanto, não podemos falar sobre ética sem mencionar a deontologia. A deontologia jornalística é um conjunto de regras e obrigações que determinam e orientam o trabalho do jornalista, através de regras e deveres, que constam nos Códigos Deontológicos, que são diferentes de país para país. Segundo Marc-Francois Berner, existe uma relação necessária entre a ética e a deontologia. As regras deontológicas do jornalismo foram elaboradas na sequência de reflexões éticas onde os valores e princípios foram apresentados, justificados e hierarquizados, dando origem aos códigos deontológicos. Neste sentido, dizemos que a deontologia resulta da ética.
Deste modo, é o que faz com que Giroux afirme que a ética profissional se situa a montante e a jusante da deontologia: a montante na medida em que a deontologia se alimenta de valores susceptíveis de evoluir e a jusante para que estes valores após codificados sejam postos em causa e reavaliados.
Também de acordo com Tremblay, a ética situa-se no campo da recolha de valores, já que a deontologia é um sistema fechado sobre si mesmo, cristaliza-se, sedimenta-se e nega os seus fundamentos para se autojustificar. Assim, só a reflexão ética é que permite “descristalizar” a deontologia e lutar contra a sua sedimentação.
Assim, verificamos a existência de laços entre a ética e a deontologia, como também o fosso que as separa, já que a ética é a fronteira da deontologia.