Códigos sociais são uma organização e significação da sociedade. Os homens ou grupos e as suas relações são os significados da sociedade. Mas o homem é ao mesmo tempo significante e significado, pois é um signo, ou seja, refere-se a algo que não ele próprio, fruto de uma convenção (algo que foi acordado entre os utentes).
O indivíduo desempenha o seu próprio papel na vida social: patriarca, filho pródigo, amigo fiel. Através do signo social, o indivíduo manifesta a sua identidade e a pertença a um grupo, mas também reivindica e institui essa pertença.
A experiência social é lógica e efetiva. Lógica por os signos indicarem o lugar do indivíduo e do grupo na hierarquia e organização política, económica, institucional. É efetiva porque exprime emoções e sentimentos que o indivíduo ou grupo experimenta em relação a outros indivíduos ou grupos.
Na comunicação social há uma relação entre o emissor e o recetor. Por isso, a sociedade é um sistema de relações entre indivíduos. O indivíduo está inserido em determinada categoria social (clã, família, profissão, etc). As cerimónias, festas, modas, etc. são modos de comunicação que definem a relação do indivíduo ao grupo, e do grupo à sociedade, ao mesmo tempo que cada um desempenha um papel.
Protocolos (têm como função instaurar a comunicação entre os indivíduos), rituais (comunicações de grupos, o emissor é o grupo e não o indivíduo), modas (maneiras de ser próprias do grupo) e jogos (imitações da realidade social) são alguns dos tipos de comunicação social.
Insígnias e tabuletas indicam pertença de um indivíduo a um grupo social ou económico. Estas exprimem a organização da sociedade e a relação entre indivíduos e grupos.
Armas, bandeiras indicam a pertença a uma família ou clã. Uniformes a um grupo institucional, profissional, etc. Condecorações são referentes a antigas ordens da cavalaria, as insígnias a diferentes agrupamentos e associações. Tatuagens, maquilhagem, penteados são insígnias codificadas nas sociedades primitivas e que ainda hoje persistem nas nossas modas. Nomes e sobrenomes são marcas de identidade.
Tudo isto são formas de classificar e definir os diferentes grupos que no seu conjunto constituem a sociedade.
References:
Guiraud, Pierre (1993), A semiologia, 4ª ed., Lisboa, Ed. Presença, pp.77-79, 85.