Jornalismo Desportivo

 

O jornalismo desportivo foi implementado de forma algo irregular e tardia um pouco por todo o mundo, justificado pelo facto de o futebol só ter começado a ganhar verdadeira 47 importância no final do século XIX. As primeiras notícias desportivas surgiram em publicações generalistas e depois em suplementos desportivos das mesmas. Com o tempo, foram surgindo títulos especializados, em países como França (jornal Le Sport, em 1854), Espanha (revista El Cazador, em 1856) e Inglaterra (diário desportivo Sportsman, também em 1856) (Martins, 2008). As primeiras publicações desportivas em Portugal, tal como na Europa, eram dedicados apenas a uma modalidade, ora destacando-se a Velocipedia, a Caça ou a Ginástica.

O jornalismo desportivo, segundo Rui Novais, oscila entre o imediatismo da oferta informativa ou a cobertura noticiosa pura e a dependência do comentário de experts que participam na construção da perceção dos eventos. A imprensa desportiva, ajuda a criar interesse ao público mesmo antes do evento desportivo se realizar, e permite também que o mesmo evento se mantenha numa esfera mediática muito tempo depois de terminar. A cobertura mediática da imprensa desportiva é imediatista e extremada, pois alterna entre a exaltação e a as criticas estratégicas. Isto denomina-se de “estrabismo jornalístico.

O jornalismo desportivo deambula entre a informação pura e crua e o apelo por uma frivolização noticiosa. Há quem considere a imprensa desportiva “o irmão pobre” do jornalismo, apesar de ultimamente muitos jornalistas recusarem essa denominação.

É considerado “o irmão pobre”, pois, defende-se que o jornalismo desportivo é um subcampo do jornalismo porque situa-se algures entre a informação e o entretenimento, e uma poderosa indústria que rende milhões de euros.

A escrita desportiva deve designar todos os aspetos relativos ao desporto a ser analisado, mas sem deixar de passar a expressividade necessária para que possa ser bem entendido pelo leitor. Todavia, tal não significa que se deva mostrar qualquer ligação emocional por aquilo que está a ser noticiado, da mesma forma que a maior criatividade da escrita jornalística desportiva. Posto isto, o jornalista desportivo, tem uma função ainda mais exigente no que toca à imparcialidade que deve tomar.

Ser um jornalista desportivo é ter uma especialização que combina as responsabilidades gerais da profissão com as exigências específicas impostas pelo objeto que está a ser noticiado. Mas, em princípio, os jornalistas desportivos não são diferentes dos outros.

Como qualquer profissional da classe, o jornalista desportivo está sujeito a diferentes tipos de pressões. Neste caso, a primeira pressão decorre logo dos próprios adeptos, que vibram com as atividades do seu clube, tendo sempre uma opinião abonatória ou contestatária em relação àquilo que é noticiado sobre o mesmo. O jornalista desportivo tem ainda de enfrentar as pressões provocadas pelos dirigentes de clubes que, muitas vezes, usam o jornalismo desportivo como caminho para uma carreira política.

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References:

Jornalismo desportivo em Portugal: notícia ou especulação? Análise das fontes nos diários “O Jogo”, “A Bola” e “Record”. (2014).

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