Genius loci

Genius loci é um conceito que remonta à época clássica românica, podendo ser traduzido como o “espírito do lugar”; o termo refere-se na sua origem ao espírito protetor de um local, uma entidade que surge num local onde estão presentes seres humanos. Esta noção religiosa foi sofrendo mutações ao longo dos anos, tendo o conceito genius loci sido posteriormente adotado pela arquitetura por forma a definir a criação de um ambiente característico de um dado local, através da interação entre a obra humana e o próprio lugar.

Jurate Markeviciene define o genius loci como “an intangible quality of a material site, perceived both physically and spiritually[1]; pode assim falar-se de um fenómeno atribuído a um dado local que, pela ação do Homem, adquire características específicas, inimitáveis e inamovíveis. Para Markeviciene, como para muitos outros autores, o genius loci é sempre fruto do acaso, surgindo como que espontaneamente e não podendo ser de forma nenhuma recriado após o seu desaparecimento.

O genius loci, ou a “aura” de um local, está presente e é apercebido através dos elementos constitutivos da estrutura cultural de um local. A interação humana com os locais envolvidos cria, ainda que inconsciente e inadvertidamente, “ambientes” muito próprios, que se sentem e são visíveis, mas praticamente indefiníveis.

 

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References:

[1] MARKEVICIENE, Jurate, Genius Loci and Homo Faber: A Heritage Making Dilemma, in 16th ICOMOS General Assembly and International Symposium: ‘Finding the spirit of place – between the tangible and the intangible’, 29 sept – 4 oct 2008, Quebec, Canada. [Conference or Workshop Item]

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