Conceito de Crença
O termo crença (derivado do latim credere que em português significa ‘crer’), sinónimo de convicção, designa uma disposição de um indivíduo para admitir ou aceitar algo, para aderir a uma opinião, a uma doutrina ou a uma ideologia. Na sua acepção mais filosófica, o termo crença designa a adesão a algo incerto (uma ideia, um pensamento, uma teoria, um dogma,…), opondo-se assim ao saber e à fé. De um certo modo, o preconceito, a ingenuidade, a opinião e, em certas condições, até mesmo o saber e a fé são diferentes formas de crença. Em a «Quarta meditação metafísica», Descartes apresenta a crença como um efeito da vontade: enquanto o entendimento concebe as ideias, a vontade adere a elas, recusa-as ou coloca-as em dúvida.
O conceito de crença e a sua relação com o conhecimento é um dos objetos de estudo da epistemologia. Em «Teeteto», um dos diálogos de Platão, conhecimento é definido como uma crença verdadeira justificada, conceito este que se mantém ainda hoje. Tal significa que uma crença é conhecimento se e apenas se a essa crença é verdadeira e se a pessoa crente possui uma justificação, sejam essa justificação uma prova ou uma orientação necessariamente razoável e plausível. Pelo contrário, uma falsa crença, mesmo que apresentada com sinceridade pelo crente, não é considerada conhecimento.