O associacionismo consiste na tentativa de explicar os fenómenos mentais através das relações entre o conteúdo mental e as representações – sobretudo as relações de contiguidade ou simultaneidade, semelhança e conjunção constante – que estão na origem dessa associação.
Apesar de Aristóteles, Hobbes e Espinosa, entre outros, terem descrito a associação de fenómenos, o associacionismo enquanto programa de investigação psicológica alcançou o seu apogeu na Grã-Bretanha durante o século XVIII e XIX.
John Locke foi o primeiro a conceber o termo “associação de ideias”, mas esse uso servia somente para elucidar a causa do erro: o erro consistia nas relações acidentais e logicamente irrelevantes que deturpavam o papel das relações lógicas. Berkeley apropriou-se mais extensivamente do conceito de associação, argumentando que a perceção visual da distância é o resultado de uma associação entre determinados tipos de ideias visuais e certos tipos de ideias tácteis sem semelhança com as ideias visuais, associação esta que resultaria da sua conjunção repetida em experiências passadas. A psicologia cognitiva de David Hume concedeu um papel fundamental a três princípios de associação: contiguidade, semelhança e causação, sendo esto último baseado na conjunção constante. Com estas relações, Hume tentou explicar tanto a formação das ideias complexas como as ideias simples, e a sucessão de ideias no pensamento.
Particularmente para Berkeley e Hume, a associação de ideias constitui um modo de se explicarem os fenómenos mentais sem pressuporem estruturas metafísicas no mundo. David Hartley, físico e um contemporâneo de Hume, também tentou explicar a variedade de fenómenos mentais por recurso ao associacionismo, propondo explicar a influência de relações associacionistas através da sua relação com “vibrações cerebrais”.
Associacionistas tardios foram Thomas Brown, James Mill, John Stuart Mill e Alexander Bain.
References:
Berkeley, G.: The Works of George Berkeley, Bishop of Cloyne, ed. A.A. Luce and T.E. Jessop, 9 vols. (London and New York: Nelson, 1948–57).
Hume, D.: A Treatise of Human Nature (London, 1839–40); ed. L.A. Selby-Bigge (Oxford: Clarendon Press, 1888); 2nd edn. rev. P.H. Nidditch (Oxford: Clarendon Press, 1978).
Locke, J.: An Essay Concerning Human Understanding (London, 1690); ed. P.H. Nidditch (Oxford: Clarendon Press, 1975).