A definição deste termo considera que o espaço público é aquele que é de uso comum e posse de todos. No entanto, o espaço público contemporâneo transformou-se devido à evolução dos meios de comunicação e do peso cada vez maior da opinião pública na sociedade atual.
Esta importância dos media na sociedade deve-se ao facto da monopolização sobre os instrumentos de produção e de difusão a grande escala da informação. Desta forma, os media possuem uma força extremamente reconhecida, uma vez que têm poder sobre os meios de expressão pública, de existência pública, de reconhecimento e de acesso à notoriedade pública.
A invenção da imprensa foi revolucionária em diversos aspetos, contribuindo para a construção do conceito de cultura política e de opinião pública. É graças à existência de uma imprensa livre que, desde cedo, se associou a existência de um espaço público aos valores fundamentais da cultura política democrática, à ideia de indivíduos livres construindo as suas opiniões racionalmente e desenvolvendo o seu pensamento.
No espaço público, a comunicação assume um papel relevante, pelo que é necessário acentuar a ideia de que um novo paradigma, nomeadamente o da comunicação, mobiliza todos aqueles que investigam a natureza do espaço público. Com efeito, o poder político, económico ou mediático não ignora a força da opinião pública nem a importância da comunicação (opinião publicada) e, por isso, com o aparecimento da sociedade de massas, com a existência de um sufrágio universal igualitário e com o crescente peso e transformação dos meios de comunicação tradicionais, verificou-se significativas mudanças no espaço político e público.
Assim, é possível afirmar que sempre existiu uma relação incontornável entre o espaço público com o aparecimento dos media simbólicos, na qual podemos verificar uma relação intrincada entre variáveis culturais, económicas, políticas e comunicacionais que se interpenetram.
Em suma, através do surgimento dos media enquanto estruturas profissionalizadas de distribuição de notícias assistimos a uma própria profissionalização da actividade mediadora que acaba por se instaurar como uma dimensão estruturante da sociabilidade.