Sarcoma de Kaposi

Sarcoma de Kaposi refere-se a um tumor maligno de origem capilar ou linfática. É frequentemente associado ao Vírus do HIV. É um tipo de carcinoma que afeta as paredes dos vasos linfáticos e que pode surgir em várias regiões do corpo, com frequência ao mesmo tempo. Aparece regularmente na pele, mas também acomete outras localizações tais como nódulos linfáticos, pulmões e várias partes do sistema digestivo, como por exemplo a cavidade oral.

Sarcoma de Kaposi numa das suas frequentes localizações

A sua etimiologia é desconhecida no entanto, suspeita-se que está associada a factores imunológicos, virais ou outros. Por isso, a sua associação com pacientes com SIDA ou imunosuprimidos. Até os anos 80 do século XX, pensava-se que o Sarcoma de Kaposi era uma doença rara dos vasos sanguíneos que atacava homens idosos. No entanto, o aparecimento do vírus do HIV por volta da década da 80 aumentou os casos de incidência da doença. Portanto, existiu a partir daí uma maior investigação e também descrição da doença.

Costuma de provocar, consoante o lugar em que a lesão se desenvolve, hemorragias (quando causadas por exemplo por lesões gastro-intestinais), dificuldades em respirar (quando desenvolve-se nos pulmões), e escarros com sangue (também causados por lesões pulmonares).

Por volta dos anos 1950-1960 ela foi descrita como uma doença endémica característica do Centro de Africa. Depois nos anos 70, passou a ser associada a pacientes imunosuprimidos causada ou pela idade avançada ou transplantados. Foi o sarcoma de Kaposi, que alertou a classe médica para o surgimento de uma nova endemia que viria a ser a SIDA. Alguns homossexuais foram descritos como apresentando lesões herpéticas do tipo viral em tecidos.

Apenas em 1994 se conseguiu definir a presença de VHH-8 ou KSHV (Kaposi’s sarcoma herpes virus), e rapidamente foi decifrada a sequência genética, por Chang e outros autores.

Sarcoma de Kaposi

Há três tipos principais de Sarcoma de Kaposi, e os três relacionados com o descrito acima. Um tipo muito raro, que não tem associação com o sistema imunológico que acomente homens idosos, um endémico, característico de pacientes da África Central, e com desenvolvimento rápido e fatal. O terceiro tipo acomete pacientes imunosuprimidos. Transplantados que tomam imunosupressores apresentam risco, mas muito mais baixo do que os portadores do HIV. Não existem contudo, grandes diferenças histológicas e imunohistoquímicas em relação à lesão.

No caso do Sarcoma de Kaposi em portadores de HIV, o diagnóstico é feito por observar-se uma lesão com forma tumoral no zona posterior da cavidade oral com pústula.

Sinais e Sintomas:

– Os primeiros sintomas costumam de ser lesões cutâneas, as mesmas variam em forma, formato, número, tamanho e cor, podendo ir do castanho claro ao roxo escuro. A lesão inicial pode ser única ou múltipla. E à medida que evolui podem agrupar-se e formar coágulos que tendem a ser mais roxas e com um halo amarelado ao redor.

Sarcoma de Kaposi endémico

– Estas manchas aparecem frequentemente nas mucosas, como as bochechas, o vestíbulo, as gengivas, os lábios, as amígdalas, olhos e pálpebras;

– Quando associados com a SIDA, podem manifestar-se noutras localizações internas como os pulmões e o sistema digestivo;

Os sintomas nestes casos passam por:

– Edema devido aos vasos linfáticos estarem entupidos;

– Dificuldades respiratórias;

– Náusea e vómitos;

– Diarreia;

– Dores.

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito através de biópsia, com uma confirmação histológica, no entanto, a observação revela-se importante. Com o diagnóstico confirmado é necessário a Tomografia Axial Computadorizada (TAC) para se verificar se existe comprometimento de gânglios linfáticos. A broncoscopia revelará se existe comprometimento dos pulmões, e a endoscopia e a colónoscopia se esófago, estômago ou intestino delgado ou grosso foram afetados.

Tratamento

O Sarcoma de Kaposi clássico, não requer tratamento. Para o Sarcoma de Kaposi Endémico ou africano regra geral sugere-se a quimioterapia. O caso dos pacientes imunossuprimidos, normalmente é controlado através da redução ou supressão da medicação. Os indivíduos com SIDA, regra geral, as lesões costumam de reduzir ou regredir com cerca de 3-6 meses de terapia antiretroviral. Em alguns casos mais graves pode ser associado com quimioterapia.

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References:

Instituto-camões.pt

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