Hormona Anti-Mülleriana

Conceito de Hormona Anti-Mülleriana

Também conhecida por substância inibidora anti-Mülleriana, a hormona anti-Mülleriana (HAM) é uma glicoproteína dimérica de peso molecular correspondente a 140 kDa. É um membro da família do TGFb (transforming growth factor b) e o gene que a codifica encontra-se no cromossoma 19. Possui um papel importantíssimo na diferenciação sexual, mais propriamente no desenvolvimento dos ductos masculinos e femininos.

A HAM tem sido referida como um marcador da reserva ovárica e de disfunções ováricas, devido à sua independência do ciclo menstrual, da sua relação com a contagem de folículos antrais e também da sua ligação com a idade reprodutiva da mulher. Durante a puberdade são detetados os níveis mais elevados desta hormona, que diminuem ao longo da vida até à menopausa, tornando-se praticamente indetetável.

Acredita-se que o padrão de expressão da HAM está relacionado com o desenvolvimento folicular. No início da fase de maturação dos folículos primordiais, a HAM regula o número de folículos que continua o seu desenvolvimento. Já na fase de seleção do folículo dominante, a HAM exerce um efeito inibitório na sensibilidade dos folículos à hormona folículo-estimulante. Por estas razões, a HAM pode ter uma elevada utilidade do ponto de vista clínico, fornecendo informações em casos de anomalias da função ovárica e mais precocemente, em comparação com outros marcadores de reserva ovárica, como a inibina B e o estradiol..

O doseamento do HAM também poderá ser bastante útil em mulheres que irão realizar técnicas de reprodução humana assistida. Vários estudos demonstraram uma relação positiva entre a contagem dos folículos antrais e o tamanho dos folículos primordiais com o nível sérico da HAM; outros evidenciaram uma correlação entre o nível da HAM e o número de ovócitos obtidos após punção folicular; outros autores demonstraram que níveis da HAM inferiores a um certo limite são indicadores de insucesso da fertilização in vitro; e ainda existem estudos que sugerem a utilização da HAM como um método de prever o risco da síndrome de hiperestimulação ovárica, mesmo antes do início da estimulação ovárica.

Referências Bibliográficas

Souto, S. B., Sousa, S., Soares, S., Póvoa, A. M., Calejo, L., Xavier, P., Carvalho-Braga, D., Carvalho, D. (2011). Hormona Anti-Mülleriana. Novo marcador de reserva ovárica?. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, 2, 69-75.

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