Conceito de Hatching Assistido:
É um procedimento laboratorial usado em técnicas de reprodução assistida que consiste na destruição parcial ou fragilização da zona pelúcida do embrião de maneira a tentar aumentar a possibilidade de implantação ao útero e consequente gravidez. É baseada na observação de embriões com a zona pelúcida mais fina terem melhores taxas de implantação em ciclos de fertilização in vitro.
Os embriões humanos têm em sua volta uma camada acelular – zona pelúcida – que os protege e chegada a altura da implantação é necessário que eles tenham saído e se libertado dessa camada para que a implantação possa ocorrer.
Hatching natural é o processo pelo qual o embrião passa antes de se implantar, não é um processo totalmente conhecido, mas depois de atingir o estado de blastocisto este começa a crescer, contraindo e expandindo repetidamente levando a uma diminuição da grossura da zona pelúcida que juntamente com compostos produzidos e/ou pelo endométrio leva à consequente rutura da zona pelúcida e saída do blastocisto, a este momento que o blastocisto se liberta da zona pelúcida chama-se hatching.
Este processo requer muita energia por parte do blastocisto e a remoção laboratorial da zona pelúcida pode conservar essa energia, está comprovado que é uma técnica que pode ajudar a aumentar as taxas de implantação. Pode ser realizado depois do dia 3 de desenvolvimento do embrião pois já existem ligações intercelulares que previnem a perda de blastómeros (células do embrião) depois da abertura da zona pelúcida.
Este processo pode ser realizado mecanicamente, quimicamente ou a laser.
- Mecanicamente, através da utilização de pipetas e fricção da zona pelúcida de maneira a criar uma abertura na mesma, esta técnica não é dispendiosa, não tem efeitos químicos ou térmicos durante o procedimento mas requer muita habilidade técnica do profissional que o realiza.
- O processo químico consiste na utilização de soluções químicas que perfurarão ou diminuirão a espessura da zona pelúcida, neste caso é mais difícil regular o tamanho da abertura efetuada que pode ser maior e o ácido utilizado pode ser tóxico e mudar o pH intracitoplasmático e levar à degeneração do embrião.
- O método a laser tem a mais-valia em relação aos anteriores de controlar o tamanho da abertura feita com resultados consistentes, sendo fácil, simples, seguro e preciso e com uma taxa de lise celular baixa comparado com o método químico, tem no entanto a desvantagem de utilizar um equipamento mais dispendioso e o risco do tempo de exposição poder danificar o embrião.
O hatching estará indicado sobretudo em situações em que o embrião tem uma zona pelúcida mais espessa e rígida, idade materna avançada, casos com taxas baixas de implantação sem causa definida, embriões com zona pelúcia endurecida pelo congelamento e ainda mulheres com índices altos de FSH.