Glândula Salivar Submandibular

As glândulas salivares submandibulares são um par de glândulas salivares que encontram-se abaixo do soalho da boca. O seu peso é de cerca de 15 gramas e estas são responsáveis por cerca de 60 a 70 por cento da secreção salivar não estimulada. Contribuem assim para que as mucosas orais permaneçam permanentemente húmidas o que é o ambiente ideal, tendo assim um importante papel na manutenção do ambiente ideal para as mucosas.

A saliva é excretada através do Canal de Wharton, ou Ducto de Wharton ou Ducto Submandibular e contornam o limite posterior do músculo mio-hióideo e segue lateralmente na superfície superior. Deste modo, os ductos secretores são atravessados pelo nervo lingual e no fim drenam para as carúnculas sublinguais que estão de cada lado do freio lingual ao lado do ducto lingual. Estas glândulas podem ser palpadas e estimuladas visto que encontram-se posicionadas junto ao côndilo da mandíbula.

A glândula salivar submandibular é uma glândula exócrina mista, visto que possui no céu interior quer células serosas, quer células mucosas, apesar do seu conteúdo ser predominantemente serosa. Contudo, as células mucosas, apesar de em menor número, são as mais activas, por esse motivo, o produto principal das glândulas salivares é saliva de natureza mucóide. O objectivo desta saliva é ajudar a lubrificar o bolo alimentar ao longo do seu trajecto pelo esófago. As células serosas presentes na glândula por outro lado produzem amílase que ajuda no início da digestão e em activar células na língua responsáveis pelo sabor entendido pelas papilas gustativas. Junto com a glândula salivar parótida, e a glândula salivar sublingual a glândula salivar submandibular é responsável por grande parte da saliva excretada pela cavidade oral, sendo essencial para a saúde geral do indivíduo.

Em vista da actividade da glândula salivar submandibular ela, apesar de ser controlada pelo sistema nervoso autónomo não é controlada apenas pela activação do sistema nervoso parassimpático, mas sim por ambos.

Quando o sistema nervoso parassimpático está em controlo do corpo aquando de períodos de ausência de stress, ele activa o núcleo salivar superior, através do nervo da corda do tímpano (um ramo do nervo facial, parte do nervo trigémeo), antes de fazer sinapses no gânglio submandibular. Portanto, o aumento da actividade parassimpática, promove o aumento da secreção salivar. Por outro lado, em situações de stress, o sistema nervoso simpático é activado, existe a vasoconstrição das artérias que suprem a glândula. Esta vasoconstrição irá provocar uma redução do fluxo sanguíneo na zona, o que automaticamente diminui o volume de fluido nas secreções salivares, isto produz uma enzima rica em saliva mucosa. Isto ocorre porque a activação do sistema nervoso simpático activa um aumento nas secreções enzimáticas salivares. Na prática isto leva a uma diminuição do volume da saliva mas a um aumento das secreções em vista da enervação simpática. Desregulações do sistema nervoso autónomo, portanto, têm uma forte associação com o tipo de saliva que existe na cavidade oral.

Em vista do tipo de saliva produzido pela glândula salivar submandibular, ela é responsável por cerca de 80 por cento dos casos de cálculos salivares (sialolitíase), problema causado pelo tipo de saliva produzido pela glândula, além do caminho tortuoso que a mesma tem que percorrer por entre nervos, estruturas anatómicas e ductos para alcançar a cavidade oral.

Estes cálculos podem causar obstruções, que em última instância ocasionam infecções bacterianas. Os cálculos podem provocar sintomas tais como dor intermitente, que aumenta perto da hora da refeição em vista do aumento da secreção salivar que está obstruída; aumento de volume da glândula, que também aumenta perto da hora das refeições por causa da obstrução da saliva pelo cálculo, aumento da sensibilidade da glândula, protuberância dura palpável, o cálculo pode ser identificável, eritema no soalho da cavidade oral, diminuição da saliva na cavidade oral, exsudado devido a infecção, inflamação linfática na região.

Para se tratar este problema, regra geral são usados vários métodos, e às vezes combinações dos mesmos. Tratamentos não invasivos (tais como estimulação e hidratação), tratamentos pouco invasivos (sialenodoscopia – procedimento onde um tudo é colocado através do ducto salivar, identifica-se e remove-se o cálculo), ou tratamentos invasivos, como a cirurgia.

É necessário o uso de antibióticos para prevenir ou tratar infecções que possam surgir.

 

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