Diabetes Gestacional

Conceito de Diabetes Gestacional

A diabetes gestacional é uma entidade patológica definida como intolerância á glicose detetada durante a gravidez, que, normalmente, desaparece após o parto. A diabetes gestacional pode ser dividida em diabetes pré-gestacional, isto é, prévia à gravidez e diabetes gestacional, que diz respeito aquela que foi detetada pela primeira vez. Contudo, nem todos os autores concordam com esta versão, pelo que as autoras consultadas referem que permanece em vigor a classificação de Priscila White que estabelece várias classes de diabetes pré-gestacionais, tendo em conta a idade de início da doença, duração, vasculopatias e administração de insulina.

Este tipo de diabetes, normalmente manifesta-se no 3º trimestre, sendo que, todas as grávidas devem ser submetidas a uma prova de rastreio entre as 24ª e 28ª semana de gestação, exceto grávidas que apresentem valores de glicémia plasmática maior ou igual a 200 mg/dl fora do contexto do teste de rastreio, ou valor de glicémia maior ou igual a 140 mg/dl, nestes casos é logo diagnosticada a diabetes gestacional. Caso o teste de rastreio indique a presença desta patologia, a grávida, deverá ainda ser submetida a uma prova de tolerância oral à glicose (PTGO).

As formas mais comuns de complicações crónicas desta patologia refletem-se a nível macrovascular, microvascular e neurológico. Dentro das complicações agudas considera-se que a hipoglicémia como a mais frequente e com maior risco sobretudo no 1º trimestre da gravidez. No que respeita a esta última situação, é muito importante alertar as grávidas para determinados sinais e sintomas, ensinando-as a prevenir e atuar em caso de hipoglicemia.

Como principais complicações da diabetes na gravidez pode-se apontar a infeção, a cetoacidose, hidrâmnios, ameaça de parto pré-termo, hiperémese e desproporção feto-pélvica.

Quanto ao tratamento desta doença, geralmente, todas as mulheres com diabetes gestacional deverão receber orientação médica e nutricional de acordo com a sua altura e peso. A insulina, quando necessária, e se associada a terapêutica médica nutricional, constitui a única terapêutica farmacológica possível para redução da morbilidade fetal. De notar que os antidiabéticos orais não são recomendáveis durante a gravidez.

No entanto, deverão ser realizados ensinos à grávida, no que diz respeito aos cuidados a ter e é aqui que as autoras consultadas referem como fundamental o papel dos profissionais de enfermagem.

De acordo com a direção geral de saúde, o parto nestas grávidas deverá ser programado para a 38ª semana nas grávidas insulinodependentes e nas restantes, não insulinodependentes, deverá ocorrer entre a 38ª e a 40ª semana.

A normalização metabólica, é o aspeto mais importante da vigilância diabética. A amamentação deve ser aconselhada a estas mulheres sempre que possível. Os filhos destas mulheres devem ser vigiados pois podem desenvolver obesidade e/ou anormalidades na tolerância à glicose.

Referências Bibliográficas

  • Barril, C.; Rebelo, C. & Ribeiro, J. (2003). Diabetes gestacional. Informar: Porto. nº30. pp.23-54;
  • Sá, A. (2002). Diabetes mellitus gestacional. Separata Científica. v.4. nº2. pp.26-28.
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