Um Motor de Jogo (em inglês Game Engine) é essencialmente um software de desenvolvimento que contém o código base e as ferramentas necessárias para criar um videojogo. Isto permite aos criadores focarem-se nas componentes de jogabilidade e fator de diversão, podendo trabalhar grande parte do jogo mexendo em poucas linhas de código para as ações mais básicas, poupando tempo e investimento.
Existem diversas companhias que disponibilizam licenças de motores de jogo que são utilizados para desenvolvimento de muitas das franquias mais populares no mercado. De entre alguns exemplos encontram-se o Unreal Engine da Epic Games que foi utilizado em jogos como Mass Effect ou Gears of War e motores como o Cry Engine que foi a base de jogos como Far Cry ou Crysis. Estes motores já mencionados têm licenças pagas, mas existem alguns distribuídos gratuitamente como o Cube ou o OGRE 3D.
Como funcionam?
Os motores de jogo são muito variados entre si, razão pela qual não existe uma arquitetura comum. A maioria incluí os seguintes subsistemas.
Mundo de jogo
Este é o componente principal de qualquer motor 3D ou 2D, conectando os restantes subsistemas. Com este sistema podemos representar o mundo de jogo e os objetos que nele vão residir. Isto permite à equipa de desenvolvimento esboçar o seu planeamento e ter uma ideia visual de representação do mundo de jogo.
Renderização
Para mostrar os gráficos no ecrã muitos motores utilizam componentes como o Direct 3D. São normalmente implementados como uma classe para onde os objetos e parâmetros podem transitar.
Áudio
O subsistema de áudio inclui a musica de fundo e os efeitos sonoros. São disponibilizadas algumas livrarias de sons e musicas grátis embora seja possível utilizar áudio original. Este sistema permite que estejam facilmente acessíveis durante a produção do jogo.
IA (Inteligência Artificial)
Todos os motores de jogos incluem algum tipo de inteligência artificial que controla as personagens não jogáveis. Isto é normalmente utilizado em conjunto com uma livraria de código que guarda caminhos e ações pré definidas para os personagens seguirem.
Input
Esta é a função de reconhecimento das teclas pressionadas no teclado ou comando e os cliques no botão do rato. Também é o que permite rever os equipamentos mais antigos que podem ou não ser habilitados durante a produção. Normalmente estas configurações estão integradas no motor de jogo
Logger
É o subsistema que guarda tudo o que é feito dentro do motor de jogo e armazena em pedaços de informação facilmente legíveis que podem ser facilmente examinadas pela equipa de produção para correção de erros e otimização da performance.
Gestor de Recursos
Este subsistema guarda e carrega a informação de níveis, modelos, texturas e outros componentes do jogo de forma previsíveis e controlada, com recursos a locadores de memória. Mantém ainda um guia de como os recursos estão a ser utilizados pelo programa afim de evitar quebras de performance.
Networking
Dedicado à componente multi jogador. O Networking permite implementar a relação entre cliente e servidor de forma a replicar o mesmo estado corrente de jogo em várias plataformas diferentes ligadas à Internet.
Scripting
Esta é a componente de programação que estabelece a linguagem a ser utilizada. Com isto a lógica de programação de um jogo é geralmente feita num editor de texto, numa IDE ou numa consola virtual, utilizando linguagens como Python ou Ruby. Este subsistema é um dos mais importantes e em muitos casos o fator que dita a popularidade de um motor de jogo.
Interface do utilizador
A componente que toma conta dos menus, caixas de diálogo, imagens e texto. Podem ser criadas de forma original ou retiradas de uma biblioteca gratuita.
Escrever o código para um motor de jogo requer muito tempo, organização e não segue um esquema pré definido podendo incluir diversas componentes. São necessários bons conhecimentos de álgebra e trigonometria.
