A realidade virtual é uma tecnologia aplicada a uma interface que permite a conexão do usuário e usa um sistema computacional que, por sua vez, constrói uma plataforma interactiva bastante realista. Esta cria uma ilusão altamente satisfatória quanto à participação do indivíduo e à envolvência criada como parte do real. A realidade virtual é, portanto, um mundo definido a três dimensões que permite a “imersão” do usuário. Para que essa envolvência aconteça são desenvolvidas e apresentadas as capacidades de visualização, manipulação e interação com o produto. A visualização é oferecida pelas imagens específicas que são projectadas em frente de cada um dos olhos, para dar uma sensação mais concreta e semelhante à real e para limitar a possibilidade do indivíduo percepcionar o mundo físico exterior. A manipulação é dada pelo controlo dos movimentos das mãos e da cabeça que permitem ao utilizador atingir, tocar e mover objectos projectados num mundo vistual. A interação e manipulação consistem no poder que o utilizador detém em pesquisar, movimentar-se, fazer escolhas e manipular objectos, enfim, consistem na capacidade de explorar.
Este sistema tecnológico complexo é conseguido através das linguagens de programação VRML, X3D, Java3D e OpenGL. Complexo porque possui três dos cinco sentidos inerentes ao ser humano: o utilizador vê, sente e ouve o mundo virtual.
Apesar dos esforços e da já interessante capacidade de criar mundos digitais, a experiência está longe de ser ideal, pois a vivência ainda não é natural e semelhante à que conhecemos, os sistemas de RV ainda têm limitações quanto à potência de computação, são muito caros, a aparência é deficiente e a reação perante as interações é lenta.
A teleoperação, que se caracteriza pela interface à distância, e a telepresença, conceito de todos os usuários no mesmo ambiente virtual, são os dois tipos de Realidade Virtual existentes. Os sistemas de RV podem ainda ser aplicados em dispositivos como jogos, simuladores (aviões), projectos arquitectónicos e também na medicina.
O primeiro sistema RV surgiu precisamente em 1910 com a necessidade de se criar simuladores de voo para o treino de pilotos. Durante 1920 e 1950, estes sistemas foram evoluindo recorrendo, inicialmente, à pneumática para simularem os movimentos e, posteriormente, a tecnologias computacionais e a equações matemáticas para modelarem as circunstâncias de um voo.
Também na década de 50, Morton Heilig criou o “Cinema de Experiências”, uma máquina de manipulação chamada de Sensorama, ainda hoje impressionante e conhecida como um dos exemplos pioneiros de RV. Consistia numa viagem artificial de bicicleta por Brooklyn que dava sensações de inclinação do corpo, do vento, da vibração do guiador e do selim e de vários aromas.
Na década de 60 foi desenvolvido o projecto “The Ultimate Display” pelo cientista americano de computação e Internet, o qual evoluiu para a criação de um capacete 3D com dois mini ecrãs dispostos à frente dos olhos e de um sensor de localização que detectava a posição e os movimentos do utilizador.
Outros desenvolvimentos tecnológicos aconteceram na década de 80 como a criação de ecrãs de cristais líquidos e sistemas de geração de imagem. A aplicação da Realidade Virtual também se estendeu a outras áreas como o entretenimento, arquitectura e medicina.