Os líquidos podem ser considerados como uma fase intermédia entre sólidos e gases, pois para um sólido se transformar num gás, por exemplo, o sólido tem de passar pelo estado líquido. Deste modo, a formação de um líquido pode-se obter por fusão de um sólido ou por condensação de um gás. Assim, as características dos líquidos ficam entre as características dos sólidos e dos gases.
Num líquido, as moléculas estão bastante próximas, quase tão próximas quanto num sólido, no entanto, apresentam um grau de desordem muito semelhante à de um gás. Esta estrutura é responsável pelas características do estado líquido.
Seguidamente apresentam-se algumas propriedades gerais mais importantes dos líquidos.
- Viscosidade
Os líquidos têm viscosidade intermédia entre sólidos e gases, isto é, os líquidos têm uma viscosidade menor que os gases e uma maior viscosidade que os sólidos.
Esta viscosidade intermédia permite que os líquidos escoam com bastante facilidade e são bastante fluidos. Deste modo, os líquidos adquirem a forma do recipiente onde estão contidos, isto porque um líquido não se expande para ocupar todo o recipiente, mas mantem-se com um volume determinado.
- Velocidade de Difusão
As velocidades de difusão de um líquido tendem a ser intermédias entre as velocidades de difusão dos sólidos e dos gases. O facto de existir um contacto próximo entre as moléculas de um líquido faz com que haja uma certa limitação na sua capacidade de se moverem e, deste modo, existe uma certa lentidão de um líquido a difundir-se através de outro líquido.
- Compressão
Os líquidos são menos compressíveis do que os gases. A dificuldade de compressão nos líquidos é devido à repulsão entre as nuvens eletrónicas vizinhas, que oferecem resistência à aproximação.
- Tensão Superficial
Os líquidos possuem tensão superficial, que é a tendência que os líquidos possuem em minimizar a sua área superficial ocorrendo devido ao facto das moléculas na superfície serem atraídas pelas moléculas que estão dentro do líquido.
- Evaporação
Os líquidos possuem a capacidade de evaporarem, transformando-se em gases. Este efeito advém do facto de num líquido as moléculas apresentarem velocidades variáveis. Como as moléculas apresentam velocidades variáveis, nem todas apresentam a mesma energia cinética. Umas moléculas movimentam-se mais rapidamente, outras mais lentamente e outras podem mesmo estar paradas.
Quanto mais elevada for a temperatura do líquido, maior a fração de moléculas com energia cinética maior, e quanto menor for a temperatura, menor será a fração de moléculas com energia cinética elevada.
Num dado instante algumas moléculas na superfície do líquido adquirem energia cinética suficiente para vencerem as forças de atração intermoleculares e saem do líquido. A este fenómeno dá-se o nome de evaporação.
Com temperaturas elevadas, a energia cinética média das moléculas é maior e portanto, um maior número de moléculas têm capacidade para vencerem as forças de atração intermolecular de modo a escaparem-se do líquido. Deste modo, os líquidos aquecidos evaporam mais rapidamente. Assim, uma grande área superficial permite que mais moléculas estejam em contacto com o meio externo ou que mais moléculas rápidas possam atingir a superfície e escaparem. Com isto conclui-se que uma maior área superficial aumenta a velocidade da evaporação.
A intensidade das atrações moleculares também influencia a velocidade da evaporação. Se as forças são fracas, a uma dada temperatura, uma maior quantidade de moléculas podem atingir a energia mínima de escape. Se as forças forem mais fortes, com a mesma temperatura, uma menor quantidade de moléculas terão essa energia mínima para evaporarem.
References:
Massey, B.S., «Mecânica dos Fluídos», Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2002
Russel, John Blair, «Química Geral», Makron Books, São Paulo, Vol. I, 2ª Ed., 1994