O Marketing Político pode ser descrito como o conjunto de técnicas e ações de Marketing aplicadas com o objetivo de adequar um candidato político ao seu eleitorado, procurando torná-lo, em primeiro lugar, conhecido pelo maior número de eleitores possível e, em segundo lugar, diferenciando-o dos restantes candidatos, procurando um melhor posicionamento. Este conceito difere do conceito de Marketing Eleitoral devido ao seu caráter a longo prazo: o Marketing Político refere-se à construção da imagem do político a longo prazo, enquanto o Marketing Eleitoral visa um momento específico (eleições presidenciais, governamentais, etc.). O Marketing Eleitoral inicia-se com o trabalho de pesquisa e sondagem, que proporcionar uma visão aproximada dos pontos críticos e das ações a tomar para que o candidato em questão exerça influência na decisão de voto do eleitorado.
Proveniente de um meio competitivo, o contexto empresarial, o Marketing Político surge como resposta à abundância de candidatos, para que determinado candidato consiga destacar-se junto do eleitorado face aos restantes candidatos graças à promoção pública da sua imagem e dos seus ideais. É, portanto, útil que seja construída uma estratégia 360º para posicionar positivamente o candidato. Nesta estratégia, deverão ser tidos em conta aspetos tais como: a imagem (tanto a imagem imediata, aquela que ele transfere ao eleitorado quando se apresenta em público, como aquela que constrói através das suas palavras e atos, ao longo do tempo); os resultados das sondagens (o que motiva o eleitorado, que políticas agradam/desagradam ao eleitorado, qual a sua opinião face aos restantes candidatos); a mensagem (que estratégia de comunicação utilizar? qual o seu conteúdo?); e a estratégia online.
Sobre este último aspeto, foi notória a influência de Obama e da sua campanha eleitoral em 2008, quando este candidato fez das redes sociais um dos pontos centrais da sua campanha e a forma mais eficaz de se aproximar da população e dos seus desejos e necessidades. Desde o site (que contou com mais 6 milhões de visitas mensais do que o do seu concorrente Mitt Romney) às contas de Facebook e Twitter, a presença e divulgação de Obama na Internet foi cuidadosamente desenvolvida e acompanhada ao longo da campanha, sendo o alicerce da imagem que o político foi construindo ao longo desses meses. Através de mensagens virais, imagens otimizadas ao utilizador e sessões de perguntas e respostas online, foi possível à equipa de gestão da campanha de Obama recolher dados em tempo real sobre a receptividade do público-alvo e, desta forma, ajustar a estratégia online e offline. Obama transformou-se num candidato desconhecido do eleitorado e com pouca influência pública para um líder de opinião que, mais tarde, acabou por vencer as eleições com clara vantagem sobre os adversários.
Já em Portugal também se começa a sentir, embora de forma mais tímida, a expressão das redes sociais e do Marketing Digital no Marketing Político. Os candidatos ainda optam por utilizar a Internet de uma forma unilateral, ou seja, apenas para expor as suas ideologias e cimentar a sua imagem, em detrimento de a utilizarem como ferramenta de aferição das necessidades e desejos do eleitorado.