Marketing de Guerrilha ou Guerrilha Marketing é um termo norte-americano, criado por Jay Conrad Levinson, considerado o “pai do marketing de guerrilha” e que surgiu da necessidade de novas técnicas e estratégias de comunicação na década de 70, devido à diminuição de eficácia da publicidade tradicional.
O Marketing de Guerrilha é uma estratégia de comunicação que faz jus ao seu nome, já que é mais directa e, por vezes, até mais agressiva que outras formas de comunicação conhecidas. Por isso mesmo que Levinson lhe atribuiu este nome, devido ás suas semelhanças com o mundo militar, ou seja, é um tipo de guerra não convencional no qual a principal estratégia é a divulgação e facilitar a mobilidade da mensagem.
As ferramentas desta nova estratégia são principalmente utilizadas por empresas menores com o objectivo de combater grandes os seus concorrentes ou simplesmente sobreviverem. O Marketing de Guerrilha utiliza maneiras não convencionais para executar as suas actividades de marketing, e por norma, com orçamentos bastante ajustados.
Tal como diz Levinson no seu popular livro Guerrilla Marketing de 1982, o marketing de guerrilha, “É uma forma de comunicação que tem lugar na rua e tenta entreter o público, com o objectivo de o tornar o actor da promoção em questão. Normalmente, este tipo de esforço de marketing exige um investimento mínimo, mas produz o máximo de resultados. O mais importante é o esforço criativo para chamar a atenção dos consumidores.”
O grande princípio básico do Marketing de Guerrilha como forma de publicidade não convencional é abandonar as médias comuns e criar novas opções de comunicar, seguindo a ideia “não compre média, crie uma”. Ser criativo e pensar no impensável é fundamental para desenvolver uma campanha de marketing de guerrilha funcional.
O Marketing de Guerrilha utiliza:
· formas de comunicação e canais não convencionais;
· a proximidade com o cliente;
· estratégias que devem depender mais da energia e da imaginação do que de um grande orçamento para anúncios nos meios convencionais, os quais, cada vez mais, são evitados e ignorados pelos consumidores.
O consumidor está saturado da publicidade convencional, a publicidade que nos aborda a diário através da televisão, mopis, jornais, revistas, on-line, rádio, o mercado sente a necessidade de adoptar por novas formas de comunicação. Por por isso mesmo, outra das características que diferencia o marketing de guerrilha, é que, é feito para ser tão chamativo que se torne impossível de ignorar, criando acima de tudo uma impressão duradoura na mente dos clientes.
O Marketing de Guerrilha ajuda as empresas a criarem uma experiência capaz de gerar atenção e envolver as pessoas, desenvolvendo campanhas de publicidade criativas, não convencionais e mais próximas do público-alvo. Apostando no conteúdo da mensagem e na pertinência dos canais de comunicação. Onde os consumidores podem participar das acções e interagir e assim, criar um diálogo, diferente de uma mensagem unilateral dos meios tradicionais.
As estratégias de marketing de guerrilha procuram principalmente obter o efeito surpresa, efeito de difusão e o efeito de custo baixo nas suas comunicações com os consumidores (Hutter & Hoffmann, 2011).
Este modelo de marketing, ao contrário do tradicional, pretende dirigir-se a um grupo de pessoas mais restrito, sendo que, quanto menor for a dimensão do grupo, maior será o seu impacto.
É através da atenção dada a cada pequeno detalhe que as empresas preconizadoras do Marketing de Guerrilha se conseguem destacar. O principal objectivo de um Guerrilha é a obtenção do consentimento das pessoas em receber material de marketing por parte das empresas. Isto é, as empresas devem conseguir levar as pessoas a querer saber mais sobre o seu produto e a experimentá-lo (Levinson, 2007: p.18).
Inicialmente, o Marketing de Guerrilha foi um conceito que surgiu nas pequenas empresas com baixos orçamentos, mas isto não impediu as grandes empresas de adoptar a mesma ideologia. Com o aumento da popularidade desta abordagem, as grandes empresas têm vindo a usar as suas técnicas para complementar as suas campanhas de publicidade (Ashwin, 2006).
Mas no entanto, existem alguns marketeers espertos que afirmam que quando empresas de grande dimensão utilizam tácticas de Marketing de Guerrilha não se trata verdadeiramente de Guerrilha, pois estas têm orçamentos bastante elevados e já têm as suas marcas bem estabelecidas. Simplesmente procuram um segundo de notoriedade momentâneo.
References:
AAKER, David A. Pesquisa de marketing, 2º Edição. Atlas. São Paulo, 2004
ASHWIN, A. Guerrilla Marketing: Teaching Business & Economics – Volume 10 (3rd edition). Economics, Business and Enterprise Association: Hassocks. 2006
HUTTER, K. e HOFFMANN, S. Guerrilla Marketing: The Nature of the Concept and Propositions for Further Research, Asian Journal of Marketing, Vol. 5, Nº. 2, pp. 39-54, 2011
LEVINSON, J. Guerrilla Marketing Attack: New Strategies, Tactics, and Weapons for Winning Big Profits for Your Small Business. Houghton Mifflin Harcourt. Boston, 1989
LEVINSON, J. Guerrilla Marketing (4ª Edição). Hachette Digital. London, 2007
LEVINSON, J. & HERNANDEZ, Anthony. Guerrilla Marketing Success Secrets: 52 Weeks of Marketing & Management Wisdom. Morgan James Publishing. New York, 2007
Malhotra, N. K. Introdução à pesquisa de marketing. Pearson Prentice Hall. São Paulo, 2005