PSI-20

O que é o PSI-20

O PSI-20 (sigla de Portuguese Stock Index 20) é o índice de referência da bolsa de valores portuguesa, a Euronext Lisboa. Foi criado em 1992, entrando em funcionamento no dia 31 de dezembro desse ano, com 3000 pontos, com os objetivos de: (i) ser um indicador da evolução do mercado acionista português; (ii) servir de suporte, enquanto ativo subjacente, de contratos de derivados financeiros tais como futuros e opções (contratos em que a rendibilidade dos derivados depende do comportamento e evolução do índice bolsista). É composto pelas ações das vinte empresas com maior capitalização bolsista, sendo, por analogia e teoricamente, as vinte maiores empresas portuguesas e aquelas cujos títulos têm maior liquidez.

Composição do Índice

Em Fevereiro de 2018 faziam parte do PSI-20 apenas 18 empresas e não as 20 que seriam de esperar. A existência de apenas 18 empresas no índice está relacionada com vários eventos acontecidos nos últimos anos, designadamente, ofertas públicas de aquisição e retirada da cotação de alguns títulos que integravam o PSI-20 como foi o caso da Cimpor, Brisa, BES e, mais recentemente, Banif, o PSI 20 conta apenas com 18 títulos.

Cada uma das empresas tem um determinado peso no cálculo do índice, peso esse que está diretamente relacionado com a cotação bolsista das suas ações, sendo revisto periodicamente. Após um aumento de capital realizado em 2017 o Banco Comercial Português passou a ser a empresa com maior peso no principal índice bolsista português, seguindo-se a alguma distância a Galp e a Jerónimo Martins. Por setores, o mais representado no PSI-20 é a Produção e Distribuição de Energia com 4 empresas que em conjunto pesam 36,3%.

Evolução do PSI-20

Desde a sua criação, o PSI-20 já conheceu várias fases na sua evolução. Numa primeira fase (entre 1992 e 1999) o índice conheceu um acentuado crescimento, tendo o seu valor atingido os 11.960 pontos, quase 4 vezes mais do que o valor que tinha no momento da sua criação, muito impulsionado por empresas tecnológicas da área da informática e das telecomunicações. Seguem-se 3 anos de acentuadas quebras, com o índice a cair para menos de metade, num processo de ajustamento face à bolha criada em torno das empresas tecnológicas. O período de 2003 a 2007 é novamente um período de forte valorização, tendo o índice ultrapassado os 13 mil pontos no fim de 2007. O ano seguinte (2008) é o ano do início da grave crise financeira mundial e que levou à mais acentuada quebra do índice em termos anuais, tendo este caído para menos de metade em apenas 1 ano. A partir daí o PSI-20 tem oscilado entre ligeiras subidas e ligeiras descidas, tendo-se fixado nos 5.388 pontos no fim de 2017.

Revisões do PSI 20

A entidade responsável pelo cálculo dos índices PSI (incluindo naturalmente o PSI-20) é a Euronext Indices B.V., uma subsidiária da Euronext Amsterdam, sendo responsabilidade do Comité PSI, enquanto órgão integrante, do Euronext Index Steering Committee: (i) zelar pelo cumprimento das regras de cálculo dos Índices PSI e (ii) atuar como órgão consultivo na interpretação e alteração da metodologia de cálculo. A Euronext Indices B.V. é responsável pela gestão diária dos índices, sendo igualmente responsável pelas decisões decorrentes da interpretação das regras de cálculo.

A carteira de ações e a respetiva ponderação é sujeita a revisões semestrais em Janeiro e Julho de cada ano. Conjugando a necessidade da estabilidade da amostra com a necessidade da respetiva composição se mostrar suficientemente flexível e representativa, a revisão da carteira a partir da qual o PSI-20 é calculado far-se-á de acordo com as seguintes regras:

1. Substitui-se uma emissão até então integrante da amostra desde que: a) tenha uma classificação inferior ao vigésimo segundo lugar do novo ranking; b) tenha uma classificação na vigésima primeira ou vigésima segunda posição, mas tenha de dar lugar a outra emissão que, não constando da amostra anterior, tenha ultrapassado ou atingido a décima oitava posição do novo ranking;
2. Passa a incluir-se na amostra uma emissão até então não integrante da mesma, desde que: a) essa emissão tenha atingido ou ultrapassado a décima oitava posição do novo ranking; b) tenha ocupado o décimo nono ou vigésimo lugar do novo ranking, e seja chamada a substituir uma outra que tenha obtido classificação inferior à vigésima segunda posição.

A lista de espera do índice PSI 20 é composta pelos vinte títulos que, por força da aplicação do critério de seleção, se encontrem melhor classificadas de entre as emissões não incluídas na amostra.

Outros Índices PSI

Além do PSI-20 existem 10 índices sectoriais (PSI Setoriais), correspondentes aos setores que definem o primeiro nível do Sistema Global de Classificação FTSE: PSI Recursos, PSI Indústrias de Base, PSI Indústrias Gerais, PSI Bens de Consumo Cíclico, PSI Bens de Consumo Não Cíclico, PSI Serviços Cíclicos, PSI Serviços Não Cíclicos, PSI Utlilities, PSI Serviços Financeiros, PSI Tecnologias de Informação. Os PSI Sectoriais são índices de rendimento que resultam do agrupamento por sector de actividade das emissões incluídas no PSI Geral, adoptando-se, para o efeito, o Sistema Global de Classificação FTSE. Os PSI Sectoriais reproduzem, pois, a rentabilidade de sub-conjuntos do segmento accionista do Mercado de Cotações Oficiais, visando essencialmente servir de complemento ao conteúdo informativo do PSI Geral.

Ao PSI-20 encontra-se também associado o PSI Geral que é o índice geral do mercado que inclui todas as emissões de ações admitidas à negociação no Mercado de Cotações Oficiais, com exceção das emissões de ações preferenciais sem voto. Pelo facto de reproduzir a rendibilidade da globalidade do principal mercado nacional, o PSI Geral é especialmente vocacionado para fins informativos e analíticos.

References:

Euronext, 2010. Regras de Cálculo dos Índices PSI, Lisboa.