Um portfólio, também conhecido por carteira de investimentos, corresponde ao leque de valores mobiliários/ativos que determinado investidor dispõe.
Qual é o peso ideal das ações em uma carteira de investimentos?
Esta decisão depende muito do grau de aversão ao risco do investidor, que é definida na política de investimentos. Quanto maior a parcela da carteira aplicada em ações, maior poderá ser a oscilação do retorno do investimento, para cima ou para baixo.
Diversificação
Para limitar a exposição ao risco é prudente diversificar a carteira de ações. É preciso pulverizar as aplicações não apenas entre diferentes empresas, mas também entre setores diversos. Deve-se escolher papéis e setores que tenham correlação negativa (ou seja, investir em setores que se beneficiam ou se prejudicam pela mesma variável macroeconômica, como por exemplo a valorização do câmbio). Alguns estudos, contudo, revelam um dado interessante: à medida que aumenta o número de ações numa carteira, o efeito de redução de risco gerado pela diversificação vai diminuindo a cada novo papel adquirido – tecnicamente, no caso, diz-se que a redução do desvio-padrão (medida de volatilidade e risco) vai se tornando menos significativa. Esses mesmos estudos apontam que, acima de aproximadamente 30 diferentes ações, a redução adicional na volatilidade da carteira é quase impercetível. Neste caso temos uma carteira que representa o risco de mercado, não diversificável, e que está sujeito aos riscos que afetam o mercado de um modo geral, como por exemplo, a inflação.
Após a definição dos ativos e a composição da carteira, passamos para a fase de implantação ou execução da carteira. Nesta fase podemos ressaltar alguns aspetos fundamentais:
Motivações
A execução é guiada pela expectativa de valorização dos ativos, necessidade de um determinado fluxo de caixa, e ações no sentido de manter o perfil da carteira previamente determinado. Novas informações podem gerar a necessidade de compra ou venda dos ativos, ou realocação da classe de ativos.
Custos
O administrador da carteira precisa estar vigilante quanto aos custos envolvidos na execução de suas estratégias de investimento. No mercado de ações, além das regras de Imposto de Renda, o custo com corretagem e emolumentos. Atentar para o planeamento financeiro e os custos de oportunidade, nas situações em que o capital não está sendo remunerado.
Comportamento
Talvez o aspeto mais importante na execução sejam os problemas gerados pela falta de disciplina em seguir a estratégia planejada. O fator comportamental é de suma importância; o investidor tende a ter um comportamento irracional, principalmente nas situações adversas.
Teste de Comportamento
Os testes de comportamento estão intimamente ligados com o perfil de investimento dos investidores que, por inerência, reflete, a sua apetência para correr risco – perfil mais conservador – prefere um risco muito reduzido ou nulo, sendo certe que poderá contar com uma rendibilidade certa dos seus investimento, mas reduzida quando comparada com outras combinações rendibilidade/risco associada aos perfis moderado e aventureiro – nestas situações aumenta de forma crescente o risco, mas também a rendibilidade esperada pelos investidores. Assim, o investidor pode escolher entre o trade-off rendibilidade/risco, como por exemplo:
Alternativa 1 – Escolha entre:
1. um ganho certo de $240.000,00
2. 25% de chance de ganhar $1.200.000,00 e 75% de chance de não ganhar nada
Alternativa 2 – Escolha entre:
3. uma perda certa de $750.000,00
4. 75% de chance de perder $1.000.000,00 e 25% de chance de não perder nada
Avaliação de uma Carteira de Investimentos
A última etapa no processo de gerenciamento de uma carteira de investimentos é o monitoramento e avaliação da sua performance. Esta avaliação deve ser feita em conformidade com os objetivos definidos na Política de Investimentos, primeira etapa do processo. A avaliação pode ser a simples verificação do retorno obtido, a aderência a um benchmark (por exemplo o índice PSI 20), ou de forma mais criteriosa, através da relação retorno/risco. Para avaliar o retorno/risco costuma ser utilizado o índice de Sharpe.
References:
Silva, Miguel (2013). Bolsa – Investir nos Mercados Financeiros. 1ª Ed. Lisboa: Bookout.