O conceito de mercados eficientes assenta na forma como a informação é incorporada nos preços dos ativos. Por isso, a exigência de uma rendibilidade superior por incorporar um prémio de iliquidez é sensível ao nível de transparência dos mercados.
Hipóteses sobre a eficiência
Com efeito, mercados menos líquidos tendem a ter um menor grau de informação divulgada, gerando assimetrias de informação e espoletando problemas a estas associados como a seleção adversa e esta pode ser causa do aumento endógeno das flutuações na liquidez De acordo com Fama (1970) existem três formas de eficiência, que apresentam as seguintes características:
- Eficiência Forte
As cotações refletem toda a informação, pública e privada, e nenhum agente consegue obter rendibilidades anormais. A prática de insider trading, ou seja, a negociação com base em informação não pública, torna impossível a verificação deste tipo de eficiência na sua forma forte.
Esta tipologia de eficiência está sujeita à verificação de algumas premissas: (i) é necessário existir um mercado em que os investidores não possam obter rendibilidades anormais, consistentemente, por um período longo de tempo, (ii) ainda que alguns investidores possam obter rendibilidades anormais, de forma consciente, superiores à rendibilidades média do mercado, tal não significa que a forma de eficiência forte não seja passível de se verificar, dada a hipótese subjacente à teoria da eficiência dos mercados que assenta na premissa de que as rendibilidades seguem uma distribuição normal.
- Eficiência semi-forte
A tipologia semi-forte de eficiência conduz a que as cotações se ajustam de forma muito célere à nova informação pública, de tal forma que, não é possível obter rendibilidades anormais com base naquela informação, tendo implícito que a rendibilidade média do mercado pode ser superada com base em informação não pública e que toda a informação pública relevante esteja refletida nos preços atuais.
Esta forma de eficiência indica ainda que os ajustamentos a informação antes desconhecida devem ser imediatos. Se, após a alteração inicial se forma uma tendência, tal seria uma prova do insucesso desta teoria. Assim, esta forma de eficiência implica que nem a análise dos fundamentais, nem a análise técnica poderão gerar rendibilidades anormais com fiabilidade.
Deste modo, a existência de rendibilidades anormais não justificadas por nova informação, pública ou privada, é vista como uma situação atípica do ponto de vista da eficiência de mercados. Assumir a hipótese da forma semi-forte de eficiência dos mercados é dizer que toda a informação disponível ao público é refletida nos preços. Esta hipótese pressupõe ainda que os agentes que operam no mercado de capitais interpretam corretamente a informação e reagem imediatamente a essa informação. Assim, em cada momento, para cada título, existe um preço de equilíbrio que incorpora toda a informação disponível e representa o valor justo do título.
Considera-se que um mercado é eficiente na forma forte se os preços dos títulos refletirem toda a informação disponível, pública e privada. Por outro lado, diz-se que um mercado é eficiente na forma fraca se os preços dos títulos refletirem toda a informação sobre preços passados. Desta forma não é possível obter ganhos anormais sistemáticos fazendo previsões dos preços dos títulos futuros, utilizando preços passados.
- Eficiência fraca
Este tipo de eficiência pressupõe que as não é possível obter rendibilidades anormais com base em estratégias de investimento baseadas nas cotações históricas dos ativos. As cotações das ações não apresentam autocorrelação, significando que não existem padrões nas cotações. Isto implica que as cotações são determinadas inteiramente por informação inesperada, e são por isso aleatórias, ou seja, as cotações seguem um passeio aleatório, designado por random walk.