Ronald Coase nasceu em 1910 perto de Londres. Economista e prémio nobel da economia em 1991, pelas suas pesquisas sobre os direitos de propriedade e os custos de transação.
Formou-se em economia na London School of Economics, em que se especializou em economia industrial. Em1932 foi como professor na Escola de Comércio Economay Dundee, no Reino Unido.
Em 1934 foi viver para Liverpool, onde foi professor na universidade. Em 1935 foi contratado pela Escola de Economia de Londres, onde se doutorou em 1936. Em 1937 publicou um artigo intitulado “Os custos da empresa”, no qual explicou sua teoria dos custos de transação, segundo a qual as grandes empresas, existem como tal porque operam em uma custo menor do que no caso de terceirização. Em 1946 voltou para a London School of Economics em que se dedicou à investigação da utilidade pública. Foi também professor na universidade de Buffalo e na Universidade da Virgínia, onde lecionou até 1964. Depois foi para Chicago.
Embora tenha recebido um prémio nobel, este não é o típico «economista nobel». Em primeiro lugar, os seus trabalhos científicos são dispersos. Numa carreira de sessenta anos, ele escreveu apenas cerca de doze artigos importantes e pouquíssimos outros artigos. Em segundo lugar, ele usa pouquíssima matemática nos seus trabalhos, tratando com desdém o que ele chama de “economia de quadro-negro”. Ainda assim, teve um profundo impacto na economia. Impacto produzido quase que exclusivamente por dois de seus artigos, um dos quais foi publicado quando ele tinha vinte e sete anos de idade. O outro foi publicado vinte e três anos mais tarde.
O primeiro artigo – The Nature of the Firm foi escrito ainda enquanto universitário . Ele era um socialista na época, e decidiu fazer uma visita a Norman Thomas, um eterno candidato presidencial pelo Partido Socialista. Coase também visitou a Ford e a General Motors. A sua investigação prendeu-se com o seguinte enigma: como os economistas podem dizer que Lenin estava errado em achar que a economia russa pode ser administrada como uma grande fábrica se as grandes firmas nos Estados Unidos parecem tão bem administradas?
Para responder a sua própria pergunta, Coase teve um insight fundamental sobre o motivo porque as firmas existem. As empresas são como economias centralmente planeadas, mas diferente dessas elas são formadas por causa das escolhas voluntárias das pessoas. Mas por que as pessoas fazem essas escolhas? A resposta, escreveu Coase, está nos “custos de transação (na época ele usou a expressão “marketing costs”). Se não houvesse custo para usar o mercado, as firmas não existiriam. As pessoas fariam apenas transações diretas. Mas porque existe custos envolvidos no uso do mercado, o processo de produção mais eficiente às vezes ocorre dentro de uma firma. Sua explicação sobre a razão para a existência das empresas é atualmente aceite e deu origem a todo um corpo de estudos posteriores sobre o assunto.
The Problem of Social Cost, o outro artigo de Coase vastamente citado foi também revolucionário. Na verdade, deu origem à matéria chamada Direito e Economia. Os economistas antes de Coase aceitavam a ideia do economista Arthur Pigou de que, se o gado de um fazenda destrói a plantação de cereais da fazenda vizinha, o governo deve impedir que o fazendeiro permita que seu gado se mova livremente ou pelo menos tributá-lo pela sua atividade. Do contrário, acreditavam os economistas, o gado iria continuar a destruir plantações porque o fazendeiro não teria incentivos para impedi-los.
Mas Coase contestou a interpretação convencional. Ele indicou que se não existissem obrigações legais para o fazendeiro, e se os custos de transação fossem zero, os dois fazendeiros poderiam chegar num acordo mutuamente benéfico. O dono da plantação poderia pagar o dono do gado para diminuir seu rebanho. Isso ocorreria, dizia Coase, se os prejuízos causados por um aumento no rebanho superassem os ganhos advindos desse aumento. Um acordo mutuamente benéfico seria firmado.
Coase demonstrou que a única coisa afetada seria a riqueza do pecuarista e do agricultor. A quantidade de gado e o prejuízo sobre a plantação permaneceriam iguais.
Principais obras
British Broadcasting: Um Estudo em Banco Imobiliário (1950); The Firm, o Mercado, e da Lei (1988) e Ensaios sobre Economia e Economistas (1994).
References:
Karier, Thomas (2011). Intellectual Capital – Forty years of the Nobel Prize in Economics, Cambridge: Cambridge University Press.