John Galbraith nasceu no Canadá em 1908. Foi professor, diplomata e um dos mais respeitados economistas, seguidor das ideias de Keynes.
Galbraith licenciou-se pelo Colégio de Agricultura de Ontário, hoje Universidade de Guelph, e posteriormente fez o mestrado e o doutoramento na Universidade da Califórmia em Berkeley. Foi um dos primeiros economistas a tornar-se um “best-seller”, com obras voltadas ao público, e não restritas ao mundo académico.
Estudou economia na Universidade de Toronto e na de Berkeley, Califórnia, onde se doutorou em 1934.
Exerceu o magistério em diversas universidades e, durante a segunda guerra mundial e no pós-guerra imediato, ocupou importantes cargos na administração pública dos Estados Unidos.
Em 1929, Galbraith assistiu a quebra da bolsa de Nova York, que provocou a grande depressão dos anos 30 e considerou que a atitude pública que antecedeu a crise e a busca de informações confidenciais que levassem a um rápido enriquecimento foram as principais causas do desastre financeiro. Em 1937, Galbraith naturalizou-se norte-americano. Como consultor do presidente Roosevelt participou da política para reativar a economia americana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Galbraith foi vice-diretor de administração de preços do governo. Após a guerra, tornou-se conselheiro da administração na Alemanha e no Japão.
Em 1949, começou a lecionar economia na Universidade de Harvard e tornou-se também editor da revista “Fortune”.
Nos anos seguintes, Galbraith combinou a dedicação ao ensino com uma destacada atividade política e diplomática. Assessor econômico do presidente John F. Kennedy, foi embaixador americano na Índia entre 1961 e 1963, presidente nacional do grupo Americanos para a Ação Democrática em 1967 e 1968 e presidente da Associação Económica Americana em 1972.
Além do apoio económico ao governo indiano e ao desenvolvimento do país, ele ajudou a estabelecer uma das primeiras faculdades de ciências de computação no Instituto Indiano de Tecnologia em Kanpur, no Estado indiano de Uttar Pradesh.
Doutor Honoris Causa por mais de quarenta universidades, Galbraith foi um membro da Academia Americana de Artes e Ciências. Desde 1982, ele ocupou a cadeira XI da Academia Americana de Artes e Letras, uma organização presidido de 1984 a 1987. Recebeu muitos prémios, mas o destaque é a Medalha da Liberdade (a mais alta condecoração civil dada no Estados Unidos), que recebeu em 1996 pelo presidente Bill Clinton.
As ideias económicas de Galbraith, pertencente à ala esquerda do Partido Democrata americano, foram expressas em numerosos livros, artigos e intervenções veiculadas pelos meios de comunicação. Em American Capitalism: The Concept of Countervailing Power (1951), defende a tese do “poder compensador” entre os diferentes grupos sociais em face do ideal meramente competitivo. The Affluent Society (1958) critica a política económica americana e sugere menor ênfase na produção e maior atenção para os serviços públicos. Essas teses foram aprofundadas em The New Industrial State (1967), em que Galbraith define o conceito de “tecnoestrutura” e prevê a possibilidade de uma semelhança cada vez maior entre o capitalismo tecnocrático e o sistema socialista. Galbraith publicou em 1981 sua autobiografia, A Life in Our Times: Memoirs (Uma vida de nosso tempo).
Foi ainda indicado para o Nobel de economia em 2003, mas não conquistou o prémio. O economista criou sua própria linha de pensamento dentro da academia norte-americana. Era cético diante das extravagâncias da teoria econômica quando não justificadas pelos dados empíricos. Ao defender o gasto em bens públicos e atacar o poder excessivo das grandes corporações, diversas vezes foi associado à esquerda e à oposição a teoria neoclássica.
O seu trabalho tem sido muito discutido e recebeu críticas por não ter conseguido produzir uma verdadeira teoria da economia. Outros autores têm feito um desfavor, incluindo-a entre os autores heterodoxos, que colocou em posições de periferia da doutrina económica. Ele foi influenciado pelas ideias que John Maynard Keynes não só em relação a opções de política económica, mas também na profunda convicção de que a economia deve ser orientada para a aplicação prática.
References:
Karier, Thomas (2011). Intellectual Capital – Forty years of the Nobel Prize in Economics, Cambridge: Cambridge University Press.